Brasil, 13 de novembro de 2025
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Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA, morre aos 84 anos

Dick Cheney, ex-vice-presidente mais poderoso da história dos Estados Unidos, companheiro de chapa de George W. Bush em duas campanhas vitoriosas à Presidência e seu conselheiro mais influente na Casa Branca em uma era marcada por terrorismo, guerra e transformações econômicas, morreu nesta segunda-feira (3). Ele tinha 84 anos.

A causa da morte foram complicações de pneumonia e doenças cardíaca e vascular, segundo comunicado divulgado por sua família. Ele deixa a esposa, Lynne Ann Vincent, duas filhas e sete netos.

Acometido por problemas coronários durante quase toda a vida adulta, Cheney sofreu cinco ataques cardíacos entre 1978 e 2010. Desde 2001, usava um dispositivo para regular os batimentos cardíacos. Ainda assim, suas questões de saúde não pareciam afetar seu desempenho como vice-presidente. Em 2012, três anos após deixar o cargo, passou por um transplante de coração bem-sucedido e, desde então, mantinha-se razoavelmente ativo.

Mais recentemente, surpreendeu os americanos ao anunciar que votaria na vice-presidente democrata Kamala Harris nas eleições de 2024, chamando o atual presidente Donald Trump, então candidato republicano, de inapto para ocupar a Casa Branca e de grave ameaça à democracia americana.

“Temos o dever de colocar o país acima do partidarismo para defender nossa Constituição”, declarou Cheney à época.

Como vice-presidente, Cheney foi uma figura singular —e mais poderoso do que qualquer outro na história moderna. Ex-deputado por dez anos, o mais jovem chefe de gabinete da Casa Branca da história, secretário de Defesa de 1989 a 1993, conselheiro de presidentes e parlamentares, Cheney possuía credenciais impecáveis, uma vasta rede de contatos e era mestre na arte de fazer as coisas acontecerem —de preferência, longe dos holofotes.

A trajetória de Cheney foi contada no filme “Vice” (2018), de Adam McKay. No longa, ele é vivido pelo ator Christian Bale, cuja caracterização foi elogiada pela crítica. Indicada a oito Oscars, inclusive de melhor filme, diretor e ator, a obra levou um, o de cabelo e maquiagem.

De personalidade enigmática e reservada, não tinha paciência para conversas triviais, raramente falava de si mesmo e quase nunca concedia entrevistas ou realizava entrevista coletivas —embora às vezes aparecesse na televisão para defender políticas do governo. Preferia os bastidores aos refletores.

Um insider político consumado, Cheney foi arquiteto e executor das principais iniciativas do governo Bush: o uso do poder militar para promover a democracia no exterior, a defesa de cortes de impostos e de uma economia forte internamente, e o fortalecimento dos poderes presidenciais —que, segundo ele e Bush, haviam sido indevidamente restringidos pelo Congresso e pelos tribunais após a Guerra do Vietnã e o escândalo de Watergate.

Como o conselheiro mais confiável e influente do presidente, Cheney atuava livremente nas áreas de política externa e doméstica. Funcionava como uma espécie de “superministro” com um portfólio ilimitado, usando sua autoridade para defender a guerra, propor ou barrar legislações, recomendar candidatos à Suprema Corte, influenciar cortes de impostos, promover aliados e neutralizar adversários.

Mas foi na área de segurança nacional que teve seu impacto mais profundo. Como secretário de Defesa, ajudou a conduzir a Guerra do Golfo, que expulsou com sucesso os invasores iraquianos do Kuwait em 1991, e, uma década depois, desempenhou um papel central na resposta aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

Com informações da Reuters

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