Brasil, 29 de dezembro de 2025
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Mulher é resgatada de sequestro planejado pelo pai em Goiania

Uma mulher de 43 anos foi vítima de um sequestro arquitetado pelo próprio pai, em meio a uma disputa de herança familiar.

Goiânia – Na tarde do último domingo (2/11), uma mulher de 43 anos foi resgatada após ser sequestrada e levada à força para uma clínica de reabilitação em Goiânia. O crime, que chocou a capital goiana, foi supostamente planejado pelo pai, de 64 anos, e motivado por uma disputa de herança após a morte da avó da vítima, ocorrida apenas cinco dias antes.

O planejamento do sequestro

De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi abordada na Avenida T-28, no Setor Bueno, por quatro homens que a imobilizaram e tentaram colocá-la em um veículo prateado. O destino, conforme planejado, seria uma clínica de recuperação no Jardim Privé das Oliveiras, localizada próximo ao bairro Madre Germana II.

Um representante da clínica prestou depoimento e enviou áudios detalhando a execução do sequestro. “Chegar, não tem conversa. Já vai direto nela, bota ela no carro”, instruiu, revelando o caráter metódico e frio da operação. Três homens, com idades de 23, 36 e 39 anos, foram presos em flagrante, demonstrando a seriedade das intenções dos envolvidos.

A versão do pai e as consequências legais

O pai da mulher, apontado como o mentor do sequestro, alegou que sua filha era usuária de substâncias entorpecentes. Contudo, a vítima contestou essa afirmação, afirmando que está sob acompanhamento médico devido a um diagnóstico de depressão aguda. Ela revelou que a tentativa de internação tinha relação com a disputa de bens deixados pela avó.

Os agressores foram interceptados pela polícia em Aparecida de Goiânia, onde informaram que haviam deixado a mulher em uma casa de reabilitação chamada Casa de Acolhimento Save New Life. Segundo eles, a mulher seria transferida posteriormente para uma outra unidade, em Trindade.

As orientações do representante da clínica

No decorrer das investigações, a Polícia Militar teve acesso a áudios enviados pelo representante da clínica, que orientavam os homens sobre como abordar e conter a vítima durante a internação forçada. Em um dos áudios, ele disse: “Não pode machucar essa menina, mas se for preciso, prende as mãos dela para trás.” Essas instruções, além de chocantes, indicam o premeditado planejamento do crime.

Carnes à parte, o áudio também discutia os aspectos financeiros da operação, revelando que a “remoção” custaria R$ 400 e a “matrícula” R$ 1,6 mil. Esses detalhes aumentaram as suspeitas sobre a atuação irregular da clínica no caso, fazendo com que a Polícia Civil iniciasse uma investigação sobre a legalidade da internação sem autorização judicial.

Resultados e encaminhamentos

A mulher foi resgatada em estado de abalo emocional e recebeu apoio policial durante o seu depoimento. Os três homens envolvidos no crime foram autuados por sequestro e cárcere privado. A ação da polícia não só garantiu a sua liberdade, mas também levantou questões importantes sobre o papel do pai e da clínica nesse contexto. As investigações seguem para esclarecer todas as nuances deste caso perturbador.

Esse incidente ressalta a complexa relação entre questões familiares, saúde mental e disputas patrimoniais, temas que frequentemente resultam em conflitos sérios. A sociedade brasileira precisa refletir sobre como tais disputas podem, em última instância, levar à desumanização e à violência entre familiares.

As circunstâncias deste caso ecoam diversos relatos de tensões familiares que se acentuam em tempos de crise, fazendo um apelo urgente para o cuidado e a abordagem de questões emocionais e patrimoniais de maneira mais humana e compassiva. A história desta mulher não é apenas a de um crime; é a de uma luta por autonomia e dignidade em um cenário familiar conturbado.

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