O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou sua jornada neste sábado (1º/11) em Belém (PA), onde permanecerá até o início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre no dia 10 de novembro. Durante dez dias, o presidente ficará fora de Brasília, focado em agendas que visam preparar o Brasil para um dos eventos climáticos mais importantes do mundo.
A agenda em Belém para a COP30
A capital paraense servirá de base para Lula, que tem uma programação intensa a ser cumprida. Neste sábado, ele fará a vistoria das obras da nova ala do aeroporto de Belém e entregará a requalificação do Porto de Outeiro, um projeto considerado estratégico para melhorar a logística na região amazônica.
Além disso, Lula poderá participar do festival Global Citizen: Amazônia, marcado para o mesmo dia. O evento contará com apresentações de artistas renomados como Chris Martin, Charlie Puth, Anitta, Gilberto Gil, Seu Jorge, Gaby Amarantos e Viviane Batidão, ainda sem confirmação da presença do presidente.
Visitas a comunidades no Pará
No domingo (2/11) e na segunda-feira (3/11), a programação do presidente inclui visitas a comunidades quilombolas, indígenas e extrativistas, destacando a importância da inclusão social e a preparação para a COP30. Essas visitas buscam fortalecer o diálogo e a participação das comunidades locais nos debates sobre mudanças climáticas.
Até o momento, não há compromissos oficiais definidos para a terça-feira (4/11), mas a expectativa é que Lula permaneça em Belém para continuar a preparação para a conferência.
Reuniões bilaterais e a Cúpula dos Líderes
Na quarta-feira (5/11), Lula terá reuniões bilaterais com líderes de diversos países que estarão presentes na capital para a Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30. O governo brasileiro recebeu dezenas de pedidos de encontros, mas ainda não há confirmações sobre quais líderes estarão presentes.
No dia seguinte (6/11), começa o encontro de líderes, que reunirá chefes de Estado e governo para impulsionar as discussões climáticas. A Metrópoles informou que a cúpula reunirá delegações de 143 países, sendo 53 lideradas por presidentes e primeiros-ministros. Lula deverá abrir a agenda multilateral e promover um almoço que visa impulsionar o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), um projeto que busca financiar ações de preservação florestal.
Compromissos em Fernando de Noronha
Nos dias 8 e 9 de novembro, o presidente estará em Fernando de Noronha (PE) para o lançamento do projeto Noronha Verde, que pretende ampliar a geração de energia renovável da ilha através de fontes solares. Após esse evento, Lula retornará a Belém para a abertura oficial da COP30.
Expectativas para a COP30
O evento já conta com a credencial de mais de 170 delegações estrangeiras. Entretanto, ainda há incertezas quanto à presença de países significativos, como os Estados Unidos e Argentina, que não confirmaram participação. O aumento na quantidade de delegações, comparado às 162 inicialmente previstas, demonstra a relevância internacional que o evento adquiriu.
Ações controversas do governo e críticas
Entretanto, a poucos dias da conferência, o governo de Lula tem enfrentado críticas de ambientalistas devido a recentes decisões que foram interpretadas como um retrocesso nas políticas ambientais. O Ibama concedeu licença à Petrobras para perfuração de poços na região da Foz do Rio Amazonas, o que gerou preocupações sobre os impactos ambientais potenciais.
Adicionalmente, a criação do grupo interministerial Câmara de Atividades e Empreendimentos Estratégicos e a Medida Provisória que facilita o licenciamento ambiental têm sido vistas como manobras para acelerar projetos com riscos para os biomas brasileiros. Ambientalistas consideram que tais ações colocam em xeque o compromisso do Brasil com a agenda climática e a necessidade de representar os interesses das comunidades afetadas pelas decisões governamentais.
Assim, enquanto as atenções se voltam para Belém e a COP30, o desafio do governo Lula será o de equilibrar suas propostas de sustentabilidade com as realidades políticas e econômicas que cercam decisões estratégicas na exploração de recursos naturais.


