Tony Ramos, um dos atores mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira, relembrou os bastidores da clássica novela “Rainha da Sucata”, que fez sucesso na TV Globo nos anos 1990. A trama, escrita por Silvio de Abreu, será reprisada a partir da próxima segunda-feira (3), em um ano especial em que a emissora completa 60 anos de história. O ator, que viveu o protagonista Edu Figueroa, destacou a força da novela e a intensidade das gravações, que marcaram não só a sua carreira, mas também a memória afetiva de muitos telespectadores.
A força de uma trama memorável
Em conversa com o jornal Extra, Tony Ramos revelou que a gravação das cenas na Avenida Paulista é um dos seus recordações mais vívidas. “Recordo como se fosse hoje, de começar a gravar na Avenida Paulista. Desde o princípio, eu sabia que a obra seria eletrizante”, declarou. Esse sentimento de expectativa e empolgação se traduzia na energia dos bastidores, onde encontros com colegas como Regina Duarte e Glória Menezes tornavam o processo ainda mais especial.
Conflitos marcantes e relações complexas
Na trama de “Rainha da Sucata”, a história gira em torno de Edu, um jovem da elite paulistana que vê sua família falir e decide se casar com Maria do Carmo, interpretada por Regina Duarte. Esta personagem, filha de um sucateiro que sobe na vida, simboliza a ascensão social em um ambiente de tensões entre classes altas e baixas. O casamento de Edu com Maria do Carmo gera conflitos não apenas familiares, mas também sociais, que estão no cerne do enredo.
O papel da madrasta Laurinha Figueroa
O papel de Laurinha Figueroa, vivida por Glória Menezes, é crucial para o desenrolar da história. Madrasta de Edu e principal antagonista, ela representa a velha elite que resiste à mudança. Tony Ramos descreve essas interações como pontos altos da novela: “As relações do Edu com as duas eram pontos altos porque havia uma dubiedade dele com a madrasta, Laurinha. Ela era ambiciosa e via Maria do Carmo ascendendo”, afirmou. A complexidade desses personagens gerava cenas belíssimas e emocionalmente intensas, em um drama repleto de nuances.
O legado de Rainha da Sucata
“Rainha da Sucata” não é apenas uma novela, mas um marco na história da televisionamento brasileiro. Com uma narrativa que mescla drama, humor e crítica social, a obra se tornou um ícone, conhecida por abordar temas como a luta de classes, a ambição e as relações sociais. A direção de Jorge Fernando potencializou ainda mais essa essência, criando cenas que até hoje permanecem na memória dos telespectadores.
Com a reprise programada para este mês, muitos brasileiros terão a oportunidade de reviver esses momentos marcantes e novas gerações poderão descobrir a riqueza dessa história. Tony Ramos, ao compartilhar suas memórias, não apenas reitera seu amor pela dramaturgia, mas também ressalta a importância dessas narrativas na formação da identidade cultural brasileira.
Reflexos de uma época
A importância de “Rainha da Sucata” está além de sua audiência, pois reflete questões sociais que ainda são relevantes. O retrato das relações entre classes sociais, as tensões familiares e a luta pela aceitação e ascensão são temas que ressoam na sociedade contemporânea. O fato de a novela voltar à telinha, 30 anos após sua primeira exibição, reafirma o poder duradouro das histórias bem contadas.
Em suma, o legado de “Rainha da Sucata” transcende o entretenimento e provoca reflexões que continuam a instigar o público. Entre risos e lágrimas, as histórias de Edu, Maria do Carmo e Laurinha ainda têm muito a ensinar e emocionar.
 
 
 
 

