A senadora do estado de Maryland, Dalya Attar, foi indiciada após ser acusada de filmar dois de seus concorrentes na cama juntos, em uma aparente tentativa de silenciá-los. A denúncia, que abalou o cenário político local, foi protocolada em 23 de outubro e alega que Attar, de 35 anos, utilizou dispositivos de rastreamento e gravação para capturar os críticos em ações comprometedoras.
Detalhes da denúncia
Segundo os promotores, a senadora teria ameaçado divulgar a filmagem do casal, a fim de forçá-los a atender suas demandas de não falarem publicamente contra ela. Attar enfrenta oito acusações federais de extorsão e conspiração relacionadas ao suposto esquema, que segundo as autoridades ocorreu durante as eleições de 2020 e 2022.
A política, que entrou para o Senado de Maryland em 2019 como a primeira mulher judia ortodoxa a ocupar esse cargo, tem sido uma figura polêmica e, atualmente, está em uma acirrada disputa pela reeleição. Os registros judiciais revelam que Attar está sob custódia federal, juntamente com seu irmão, Joseph Attar, e um policial chamado Kalman Finkelstein.
O esquema de extorsão
De acordo com os promotores, a senadora, seu irmão e Finkelstein colaboraram com quatro co-conspiradores não identificados para executar o plano clandestino. Attar já havia trabalhado com a consultora política, identificada como cidadã dupla dos Estados Unidos e Israel, durante sua campanha eleitoral em 2018, mas a relação se deteriorou rapidamente.
Attar temia que a consultora estivesse planejando prejudicá-la, especialmente após uma desavença que resultou em sua preocupação com possíveis folhetos sendo distribuídos na comunidade judaica sobre seu histórico de votação.
Além disso, ela planejava usar o suposto vídeo para prejudicar as relações familiares da consultora, especificamente afetando o casamento de sua filha, conhecido como ‘shidduchim’ na cultura judaica ortodoxa.
O desenrolar dos eventos
O complô teve início em janeiro de 2020, quando a consultora ficou em um apartamento pertencente à família de Finkelstein. Durante sua ausência, os homens entraram no local, onde instalaram câmeras disfarçadas de detectores de fumaça e um dispositivo de rastreamento no carro da consultora. Em uma mensagem de WhatsApp, Joseph informou aos co-conspiradores sobre a presença de um visitante no apartamento.
Em março de 2021, Attar teria instruído seu irmão a ameaçar a consultora e o homem casado com a divulgação do vídeo, a menos que a consultora concordasse em deixar Attar em paz. Segundo os promotores, Attar chegou a afirmar que essa extorsão poderia ser “a maneira perfeita” de afastar a consultora e evitar que ela distribuísse materiais que pudessem prejudicá-la.
Reações e consequências
Em declaração oficial, Dalya Attar afirmou que sua candidatura se baseou em sua crença na importância de servir sua comunidade e que nunca faria algo para comprometer a confiança do público. A senadora ainda contestou a validade das alegações, alegando que não havia evidências concretas de que ela estivesse ciente de ações ilegais tomadas em seu nome.
Após o anúncio da acusação, o presidente do Senado de Maryland, Bill Ferguson, declarou que a câmara se esforça para manter os mais altos padrões éticos entre seus membros. “Estamos apenas nos familiarizando com as acusações e continuaremos a agir em conformidade à medida que aprendemos mais sobre os fatos alegados”, afirmou Ferguson.
A situação permanece em desenvolvimento, com o desfecho dos processos legais ainda incerto. Esta controvérsia destaca a complexidade e os desafios enfrentados no turbulento cenário político atual.
 
 
 
 

