Brasil, 31 de outubro de 2025
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Relatório da Oxfam alerta para a conexão entre riqueza e crise climática

Oxfam destaca que desigualdade e concentração de riqueza aceleram a crise climática, impactando os mais vulneráveis e o futuro do planeta.

O relatório divulgado pela Oxfam à medida que se aproxima a COP30, a maior conferência climática do mundo, que ocorrerá em Belém do Pará a partir de 10 de novembro, traz à tona uma inquietante realidade: a crescente concentração de riqueza e poder econômico está alimentando a crise climática. De acordo com a organização, “a crise climática está intimamente ligada ao agravamento da desigualdade global e está exacerbando sua escala”. Os indivíduos mais ricos do planeta estão não apenas financiando esta crise, mas também lucrando com ela, enquanto o resto da população mundial sofre as consequências.

Desigualdade e emissões de CO₂

O estudo revelado por Oxfam indica que, em um único dia, um membro do 0,1% mais rico do mundo gera mais emissões de CO₂, em termos de consumo e investimento em atividades poluentes, do que os 50% mais pobres do planeta em um ano. Essa disparidade reforça a urgência de repensar políticas que lidam com a mudança climática e a justiça social.

Francesco Petrelli, porta-voz da Oxfam Itália, destaca que “a crise climática está intimamente ligada ao agravamento da desigualdade global e está exacerbando sua escala”. Ele alerta que, se todos tivéssemos a mesma produção de emissões de carbono que o 0,1% mais rico, o limite necessário para conter o aquecimento global a 1,5°C seria alcançado em menos de três semanas.

Lobby dos combustíveis fósseis e suas consequências

No contexto da COP29 realizada em Baku, no Azerbaijão, o relatório aponta que 1.773 lobistas da indústria de combustíveis fósseis foram registrados, superando o número de delegados dos dez países mais afetados pelas mudanças climáticas. Petrelli frisa a necessidade de taxar os principais poluidores e proibir o lobby em favor dos combustíveis fósseis, afirmando que “as políticas climáticas estão cada vez mais influenciadas por interesses privados e por uma economia retrógrada”.

O projeto também mostra que um bilionário, em média, emite cerca de 1,9 milhão de toneladas de CO₂ por ano por meio de investimentos, que correspondem a diminutas 10.000 voltas ao redor do planeta em um jato particular. A concentração de investimentos em setores com alto impacto climático, como petróleo e mineração, amplia as emissões a níveis alarmantes; apenas 308 bilionários superam as emissões de 118 países juntos.

O impacto desproporcional na vida das mulheres

Outro ponto crítico abordado pelo relatório é o efeito desproporcional da crise climática sobre as mulheres. De acordo com a Oxfam, quatro em cada cinco migrantes climáticos são mulheres, e estas têm 14 vezes mais probabilidade de falecer em desastres naturais comparadas aos homens. Em resposta a essa realidade, a Oxfam lançou a campanha “Justiça Climática é Justiça de Gênero”, que culminará na Marcha do Orgulho Climático em Roma, marcada para 15 de novembro.

Apelos da Oxfam às autoridades globais

A organização pede ações concretas dos governos para que: reduzam drasticamente as emissões provenientes dos super-ricos e das empresas de combustíveis fósseis, implementando uma tributação mais justa; limitem a influência política desses grupos, proibindo sua participação nas negociações climáticas; assegurem um maior papel aos países do Sul Global; e garantam contribuições financeiras robustas para a transição ecológica.

Desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015, o 1% mais rico do mundo consumiu mais do que o dobro do balanço de carbono da metade mais pobre da humanidade. Se essa tendência não for reverter, as emissões deste segmento podem resultar em 1,3 milhão de mortes e um impacto financeiro de US$ 44 trilhões em danos nos países mais vulneráveis até 2050.

(com Sir)

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