A Polícia Federal (PF) deu início a mais uma fase da Operação Overclean nesta sexta-feira (31), visando combater desvios de emendas parlamentares e fraudes em licitações. Esta oitava fase da operação resultou na realização de cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO). As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e marcaram mais um passo significativo na colaboração entre a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU).
Alvos da operação e repercussões políticas
Entre os alvos desta fase estão figuras influentes, incluindo Luiz França, secretário nacional do partido Podemos em Brasília. A edição solicitou uma posição do partido, mas até o momento não obteve retorno. Esta nova fase segue um padrão estabelecido nas etapas anteriores, que visam investigar práticas de corrupção e mau uso de verbas públicas.
Vale lembrar que a última fase da operação, realizada em 16 de outubro, incluiu um prefeito de uma cidade do interior da Bahia entre os alvos. Dois dias antes, a PF já havia cumprido mandados de busca em endereços relacionados ao deputado federal Dal Barreto, do União-BA, ao ser abordado no aeroporto de Salvador, onde entregou seu celular a agentes da PF.
A trama de corrupção e os números envolvidos
As investigações apontam que a quadrilha em destaque na operação pode ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos e obras superfaturadas. Entre os nomes relevantes, o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, também é um dos alvos da investigação. Moura, que possui um histórico de contratos na área de limpeza urbana da Bahia, esteve preso em fases anteriores da operação, mas foi liberado por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
A Operação Overclean começou com foco nos desvios de recursos de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), buscando desvendar como Moura e outros se articulavam junto a políticos para viabilizar contratos públicos. As suspeitas incluem o pagamento de propinas a agentes públicos brasonando com a obtenção de contratos em diversas regiões do Brasil.
Casos de destaque e reações públicas
Na dinâmica das operações, o irmão do deputado federal Elmar Nascimento, Elmo Nascimento, que é prefeito de Campo Formoso (BA), também se tornou alvo das investigações em fases anteriores da Overclean. Embora o deputado não tenha sido diretamente implicado, a notoriedade da operação atraiu a atenção do público, que demanda transparência e justiça em relação ao uso de recursos públicos.
Um dos episódios mais emblemáticos da investigação foi registrado em dezembro do ano passado, quando um primo de Elmar, conhecido como Francisquinho Nascimento, foi flagrado tentando se desfazer de R$ 220.150, minutos antes de sua prisão pela PF. Esse incidente exemplifica a gravidade das práticas corruptas denunciadas e a necessidade de medidas mais rigorosas no combate à corrupção no Brasil.
Conclusão e expectativas futuras
As operações da Polícia Federal, incluindo a Overclean, são essenciais para restabelecer a confiança da população nas instituições públicas. A expectativa é que, com a continuidade das investigações e operações, mais casos de corrupção sejam elucidados, e os responsáveis punidos. Enquanto isso, a sociedade brasileira observa atentamente os desdobramentos dessas investigações, aguardando que a justiça prevaleça e que os mecanismos de controle se tornem cada vez mais eficazes. A luta contra a corrupção é um desafio constante, e a vigilância da população é fundamental para garantir que os recursos públicos sejam usados em benefício do bem comum.
 
 
 
 


