Brasil, 31 de outubro de 2025
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Operação no Rio leva governador a conquistar mais de 800 mil novos seguidores

Cláudio Castro ganhou notoriedade nas redes sociais após megaoperação que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais.

Uma megaoperação das polícias Civil e Militar no Rio de Janeiro, realizada na terça-feira, resultou em uma tragédia com ao menos 121 mortos, incluindo quatro policiais. No entanto, o evento provocou um efeito inesperado: o governador Cláudio Castro (PL) viu suas redes sociais crescerem exponencialmente, alcançando mais de 800 mil novos seguidores. Antes da operação, Castro contava com cerca de 460 mil seguidores no Instagram. Na manhã desta sexta-feira, o número ultrapassou 1,3 milhão, evidenciando um certo apoio popular em meio à controvérsia.

A repercussão nas redes sociais

Na quarta-feira, o líder do PL na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), parabenizou Castro pelos novos 366 mil seguidores. “Esta é uma prova que a população está ao seu lado, governador”, escreveu. A declaração reflete um respaldo considerável na base política do governador, embora a reação popular e crítica à operação também tenha sido significativa.

Castro classificou a operação como um “sucesso”, enfatizando que, segundo suas palavras, “de vítimas lá, só tivemos os policiais”. Afirmou se solidarizar com as famílias dos quatro policiais que perderam a vida durante a operação, enfatizando que, ao seu ver, a legibilidade do sucesso se baseou na suposta eficácia da ação em combater o Comando Vermelho.

Análise crítica da operação

Contudo, essa visão otimista não é compartilhada por todos. Um levantamento divulgado pelo jornal O Globo, realizado pela consultoria Ativaweb nas plataformas Meta (Facebook e Instagram), TikTok e YouTube, revelou que a operação foi descrita positivamente em apenas 50,1% dos posts nas redes sociais. Por outro lado, 39,2% manifestaram críticas à condução da operação e a escalada da violência no estado, enquanto 10,7% permaneceram neutros.

A repercussão nas redes sociais destacou também o descontentamento de algumas parcelas da população e a preocupação com uma possível escalada da violência. A falta de um planejamento que assegurasse a proteção da comunidade durante a operação é um ponto focal da crítica.

Impacto no cenário político

A megacampanha online impulsionada pela operação parece ter contribuído para uma reconfiguração do apoio político, especialmente entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, manifestaram apoio à operação de Castro, usando o acontecimento para criticar o governo federal. O posicionamento deles reflete uma união temporária de forças políticas de direita em face à crise de segurança pública que assola o país.

Adicionalmente, um estudo feito pelo Instituto Democracia em Xeque mostrou que, entre terça e quarta-feira, os perfis políticos de direita acumularam 57 milhões de interações nas redes sociais, o que representa mais do que o triplo das 17 milhões angariadas pelo campo progressista. Essa discrepância acentua a força da posição política de direita, que se vale da operação para engajar a opinião pública em favor de sua agenda.

Atividades pós-operação

Na noite desta quinta-feira, o governador Castro anunciou a criação de um “consórcio da paz”, que irá contar com a participação de governadores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O objetivo é abordar questões de segurança, especialmente em meio a críticas à lentidão do governo Lula em responder às questões de segurança pública. Este encontro foi também uma plataforma para cobrar ações efetivas do governo federal, especialmente devido à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.

Além de Caiado e Zema, a reunião contou com a presença de outros governadores e figuras políticas que se mostraram solidários à causa. O apoio ao governador do Rio de Janeiro, embora controverso, aponta para uma articulação política que pode ter repercussões importantes no cenário eleitoral e legislativo do Brasil.

Por mais trágico que o saldo da operação tenha sido, o crescimento de Cláudio Castro nas redes sociais e a mobilização política que se seguiu revelam uma dinâmica complexa na política brasileira, onde a segurança e a sensitização à violência permanecem em forte evidência.

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