Brasil, 31 de outubro de 2025
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Mercado de trabalho mantém aquecimento e inflação diminui, revela IBGE

Taxa de desemprego cai para 5,6%, com maior qualidade na contratação e impacto na inflação em 2025

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no terceiro trimestre, o menor da série histórica, indicando um mercado de trabalho aquecido, com crescimento de 4% no rendimento real habitual, conforme divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE. Apesar do cenário favorável ao emprego, a inflação continua em trajetória de queda, com estimativas sugerindo que permanecerá dentro da meta oficial até o fim de 2025 e nos anos seguintes.

Transformações no perfil da mão de obra e impacto na inflação

Segundo Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do FGV Ibre, uma mudança na composição do mercado de trabalho brasileiro explica a menor pressão inflacionária. “O aumento salarial está mais relacionado à contratação de trabalhadores mais qualificados e experientes, o que eleva a produtividade e reduz o impacto sobre a inflação”, explica o especialista. Essa transformação reflete, entre outros fatores, o aumento do nível educacional e o envelhecimento da população, que contribuem para uma maior renda per capita.

Recuperação da renda e efeito sobre os preços

Holanda destaca que a perda de renda ocasionada pela pandemia de COVID-19 foi parcialmente recuperada. “Estamos voltando aos níveis de renda de 2019, após anos em que a renda dos trabalhadores foi retraída. Essa recomposição funcionou como um colchão, amortecendo temporariamente a pressão inflacionária”, afirma o economista. Afinal, a melhora na renda ajudou a conter o avanço dos preços, mesmo com o mercado de trabalho aquecido.

Sinais de desaceleração e possíveis mudanças no mercado

Apesar do avanço no emprego, Holanda observa que houve uma queda de 0,4% na população ocupada no terceiro trimestre, com reduções tanto no emprego formal (-0,2%) quanto no informal (-0,7%). A participação da força de trabalho também recuou para 62,1%, o que contribuiu para a estabilidade da taxa de desemprego. Segundo ele, esses pequenos sinais indicam uma desaceleração moderada, mas nenhuma perspectiva de uma freada brusca na economia.

Perspectivas para 2026

De acordo com o economista, a previsão é de que a taxa de desemprego se mantenha baixa em 2026, mesmo com um possível ligeiro aumento, impulsionada pela continuidade do crescimento econômico, a isenção do Imposto de Renda e o cenário eleitoral. “Não há indicações de uma mudança abrupta no momento”, conclui Holanda.

Para entender o impacto da trégua comercial entre os Estados Unidos e a China na economia brasileira, acesse este artigo.

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