Brasil, 31 de outubro de 2025
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Massacre em El Fasher: mais de 2.000 civis executados por paramilitares no Sudão

Um massacre da Rapid Support Forces em El Fasher, Sudão, resultou na morte de mais de 2.000 civis em um incidente de violência extrema e impune.

A recente onda de violência em El Fasher, no Sudão, deixou o mundo em choque após a divulgação de um vídeo aterrador que mostra o paramilitar Abu Lulu, conhecido como o “carniceiro do século”, realizando execuções em massa de civis desarmados. Desde que a cidade caiu sob controle das forças paramilitares, estima-se que mais de 2.000 pessoas foram brutalmente assassinadas em um massacre que durou 48 horas, provocando condenação internacional e preocupações sobre crimes de guerra e genocídio.

A brutalidade das execuções em massa

O vídeo horripilante, que circula nas redes sociais, apresenta um grupo de homens desarmados sendo mortos a sangue frio. Abu Lulu, cujo nome verdadeiro é Brigadier General Al-Fateh Abdullah Idris, alega ter matado mais de 2.000 pessoas pessoalmente. Em outras imagens, ele é visto sorrindo e zombando de suas vítimas enquanto elas imploram por suas vidas.

A crescente influência de Abu Lulu nas mídias sociais, onde ele exibe sua notoriedade como executor, se reflete em seu grande número de seguidores, o que acentua a percepção de uma cultura de impunidade dentro da Rapid Support Forces (RSF). Essas forças surgiram de décadas de tensões e conflitos, culminando em uma guerra civil que já resultou na morte de cerca de 150.000 pessoas desde abril de 2023.

Contexto do conflito no Sudão

A guerra civil no Sudão tem suas raízes em disputas de poder entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e a RSF. Desde que as hostilidades começaram em abril, as atrocidades foram intensificadas, com o exército sob pressão e o controle das forças paramilitares se expandindo rapidamente. A tomada de El Fasher, a última fortaleza do exército na região de Darfur, é um testemunho da escalada desse conflito brutal.

Com a cidade tomada, muitas testemunhas relatam massacres indiscriminados de civis, incluindo mulheres e crianças, enquanto tentavam escapar do caos. Uma análise das imagens de satélite revelou a dimensão trágica dos eventos, mostrando veículos militares cercados por cadáveres e manchas de sangue visíveis até do espaço.

Condenação internacional e resposta das autoridades

Organizações de direitos humanos e o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressaram preocupação ante as violações etnicamente motivadas e os massacres perpetrados pelas forças paramilitares. A RSF, no entanto, alegou que está investigando as ações de seus membros, afirmando que “comitês legais” estão prontos para levar os culpados à Justiça.

Apesar das promessas de investigação, a credibilidade da RSF está em questão, especialmente à luz de alegações de massacres, incluindo o ataque a um hospital em El Fasher onde mais de 460 pessoas foram mortas durante a violação. Médicos e enfermeiros relatam medo extremo enquanto trabalham nas condições impostas pela guerra, e muitos foram sequestrados durante os tumultos.

A situação humanitária em El Fasher

Até o momento, mais de 14 milhões de pessoas foram deslocadas devido ao conflito, e a situação humanitária se agrava a cada dia. Relatos de canibalismo surgiram, com alguns sobreviventes sendo vistos comendo grama devido à fome crescente. Enquanto isso, as populações forçadas a deixar suas casas continuam a enfrentar ameaças de violência ao longo do caminho.

O desespero e a brutalidade em El Fasher levantam questões sobre o futuro da região e do próprio Sudão. A aparente falta de controle sobre as forças paramilitares e a contínua violência ameaçam reverter por completo as esperanças de paz e estabilidade no país.

A comunidade internacional deve agir rapidamente diante dessa crise humanitária em escalada, investigando as atrocidades e pressionando por responsabilidade entre os perpetradores para trazer paz e justiça aos sobreviventes dessa guerra brutal.

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