Enquanto Bangladesh se prepara para as eleições nacionales previstas para o início de 2026, líderes da sociedade civil e grupos minoritários estão chamando a atenção dos partidos políticos para a importância de garantir que o processo eleitoral seja inclusivo, igualitário e internacionalmente confiável. Recentemente, representantes da comunidade cristã se reuniram com Mirza Fakhrul Islam Alamgir, secretário-geral do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), buscando assegurar que suas preocupações fossem ouvidas e atendidas neste contexto político tenso.
O encontro com o Partido Nacionalista de Bangladesh
No encontro realizado em 13 de outubro na sede do BNP em Gulshan, os líderes cristãos, representando o Fórum Cristão de Bangladesh, enfatizaram a necessidade de inclusão política. O secretário Alamgir garantiu que o BNP se compromete a construir um Bangladesh que se manterá livre de divisões sectárias. Ele declarou que “Todos nós acreditamos que Bangladesh é um país não sectário e queremos cultivar e fortalecer esse ideal como nação”.
Os líderes cristãos deixaram claro que sem representação política, suas demandas e vozes acabam sendo ignoradas. Essa reunião destacou um apelo mais amplo por inclusão, que foi reiterado em uma mesa-redonda realizada em Dhaka no final de outubro, organizada pelo projeto Sushil da ActionAid Bangladesh e pelo Prothom Alo, e com o apoio da União Europeia.
Voices das comunidades minoritárias
Durante a mesa-redonda, Sanjeeb Drong, secretário-geral do Bangladesh Indigenous Forum, trouxe à tona as barreiras estruturais que as comunidades indígenas enfrentam. “Não é possível para nenhum indígena vencer eleições por razões numéricas”, afirmou, defendendo a necessidade de reservas de assentos no Parlamento. Ele também solicitou que os partidos incorporassem em suas plataformas propostas de direitos para comunidades indígenas, emprego e diversidade cultural.
Salahuddin Ahmed, membro do Comitê Permanente do BNP, reconheceu as falhas do passado e fez promessas de reformas caso seu partido reassuma o poder. “Acolheremos diversas propostas de pessoas de todas as classes e profissões”, reafirmou, sublinhando a necessidade de um judiciário independente e liberdade de imprensa. Ele ainda garantiu que o BNP se esforçará para assegurar representação para grupos étnicos, tribais e de diferentes religiões no parlamento.
A importância da igualdade de gênero e a necessidade de reformas
Além das demandas por inclusão das minorias, a questão da igualdade de gênero também foi abordada. O membro do partido islâmico Jamaat-e-Islami, Nayeb Ameer Syed Abdullah Mohammad Taher, destacou que as eleições devem ser conduzidas de forma justa e equitativa, alertando que eleições desiguais devem ser canceladas. Ele lamentou a falta de justiça nas eleições nos últimos cinquenta anos e pediu um cumprimento rigoroso do código de conduta eleitoral por todos os partidos.
Akhtar Hossain, do Partido Nacional dos Cidadãos (NCP), reiterou a importância de transições pacíficas de poder e criticou a falha em garantir eleições diretas para candidatas mulheres. A educadora Rasheda K. Chowdhury também enfatizou a necessidade de vontade política para que as mulheres não continuem à margem do processo eleitoral, citando a influência do dinheiro e do poder nos resultados eleitorais.
Compromissos da União Europeia e o futuro das eleições em Bangladesh
A União Europeia se comprometeu a investir € 4 milhões para apoiar um processo eleitoral democrático e transparente em Bangladesh, reafirmando seu apoio ao engajamento da sociedade civil. À medida que a data do pleito se aproxima, a comunidade cristã e outros grupos marginalizados estão intensificando suas reivindicações por representatividade e reformas.
Num momento em que mudanças políticas significativas se vislumbram, a esperança é que, através da participação ativa e do engajamento com os partidos políticos, as vozes históricamente silenciadas encontrem espaço no debate nacional. O futuro das eleições em Bangladesh depende não apenas de mudanças nas plataformas políticas, mas também da renovação do compromisso com a justiça, a igualdade e a inclusão.
Enquanto as eleições se aproximam, queda se mantém na expectativa de que suas vozes possam moldar o futuro da nação e que todos os cidadãos, independentemente de suas origens, possam ter a chance de ser ouvidos.
