Em uma entrevista ao programa Acorda, Metrópoles, realizada nesta sexta-feira (31/10), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), expressou seu apoio à megaoperação da polícia no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, tornando-se a mais letal da história do estado. Caiado destacou que “nenhum santinho foi pego pela polícia”, indicando sua insatisfação com os resultados da operação.
Apoio ao combate ao crime organizado
Ronaldo Caiado enfatizou a necessidade de combate ao crime organizado e se colocou à disposição do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para fortalecer as ações de segurança. O governador goiano acredita que a união entre estados é fundamental para enfrentar as facções criminosas que atuam na região.
A megaoperação, que aconteceu nos complexos do Alemão e da Penha, foi autorizada por Cláudio Castro com o intuito de desarticular o Comando Vermelho (CV), uma das maiores organizações criminosas do país. Apesar do grande número de policiais mobilizados, a operação gerou controvérsias quanto à sua eficácia e ao alto número de fatalidades.
Críticas à emenda de segurança pública
Durante a entrevista, Caiado também manifestou suas críticas à Proposta de Emenda Constitucional da Segurança Pública, apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Segundo Caiado, a proposta visa concentrar o poder nas mãos do ministério, ameaçando a autonomia dos estados no gerenciamento da segurança pública.
Essa declaração reflete a preocupação de muitos governadores em relação à centralização do controle sobre as forças policiais, um assunto polêmico que divide opiniões entre diversas esferas políticas. Caiado afirma que é preciso garantir que os estados continuem a ter voz ativa na implementação de suas próprias políticas de segurança.
Encontro com governadores
Nesta quinta-feira (30/10), Caiado se juntou a outros governadores de direita em uma reunião com Cláudio Castro para discutir estratégias de combate ao crime organizado. Além de Caiado, estiveram presentes Jorginho Mello (SC-PL), organizador da reunião, Romeu Zema (MG-Novo), Ratinho Jr. (PR-PSD), e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).
O encontro marcou a tentativa de formar um “consórcio da paz”, tendo como pano de fundo a recente megaoperação que chocou o país. Os governadores compartilham a visão de que a colaboração entre estados é essencial para lidar com a crescente violência e a atuação das facções criminosas, como os eventos trágicos ocorridos no Rio de Janeiro demonstram.
Consequências e desdobramentos
A operação resultou em um número alarmante de mortos — 121 ao todo — e prendeu mais de 100 indivíduos, além de outros internados. A reação da sociedade e de especialistas em segurança não tardou a vir, levantando questões sobre a necessidade de reformulações nas estratégias de combate ao crime. Críticos apontam que o uso da força excessiva leva a consequências trágicas e não resolve os problemas estruturais que fomentam a violência nas comunidades.
Com o estado do Rio enfrentando uma crise contínua em segurança pública, a discussão sobre as melhores práticas para combater o crime organizado e proteger os cidadãos se faz cada vez mais urgente. A abordagem de Caiado e outros governadores reflete o clamor por uma ação mais assertiva e coordenada entre as distintas esferas de poder.
Enquanto a sociedade brasileira observa atentamente o desdobramento desse cenário, fica evidente a necessidade de um debate mais amplo sobre a segurança pública, envolvendo todas as partes interessadas — governos estaduais, federação e sociedade civil — para encontrar soluções duradouras para a problemática do crime organizado.
Com colaboração de Gabriel Buss.
 
 
 
 

