Ao longo da história de Hollywood, diversos atores alegaram ter sido blackballed — ou seja, excluídos deliberadamente da indústria — por motivos relacionados a suas crenças, comportamentos ou posições políticas. Embora o velho blacklist da década de 1940 tenha sido oficialmente encerrado nos anos 1960, alguns profissionais continuam enfrentando supostos bloqueios profissionais por decisão de estúdios ou por suas ações públicas.
Laura Dern e o silêncio após episódio de diversidade
Depois de interpretar Ellen DeGeneres em um episódio crucial de sua sitcom, Laura Dern enfrentou um período sem trabalhos e precisou lidar com a pressão social. Dern revelou à Vulture que, após aceitar participar do episódio de afirmação LGBTQ, recebeu ligações de conselheiros de Hollywood para desistir, alegando prejuízos à carreira. Ela também comentou sobre o clima de insegurança e segurança reforçada no set.
Anne Heche e o ódio por seu relacionamento com Ellen DeGeneres
A atriz Anne Heche afirmou que foi blackballed entre 1997 e 2000 após seu namoro com Ellen DeGeneres. Em 2021, ela declarou ao Page Six que era “ponta de lança na cultura do cancelamento”. Ela foi dispensada de projetos de Hollywood, como uma parceria com Harrison Ford, por seu relacionamento, e considerou isso uma consequência do que chamou de “cancel culture”.
Susan Sarandon e a crise após o discurso político
A vencedora do Oscar acredita ter sido blackballed após participar de um comício pró-Palestina em 2023, quando fez comentários críticos à violência contra palestinos e judeus. Depois da fala, ela foi desligada pela United Talent Agency. Em uma publicação no Instagram, Sarandon pediu desculpas por sua frase controversa, explicando o contexto de sua intenção de promover o diálogo contra o ódio.
Melissa Barrera e a repercussão por opiniões sobre Gaza
No Brasil e internacionalmente, ela foi alvo de críticas após compartilhar opiniões contrárias às ações militares em Gaza, levando ao seu afastamento do filme Scream VII. Barrera declarou: “Gaza está sendo tratada como um campo de concentração, com pessoas sem água ou eletricidade.” Sua posição gerou uma onda de boicotes e um longo período de ausência de trabalhos na sua carreira.
Mo’Nique e o Oscar e a suposta blackballing
Após conquistar o Oscar de Melhor atriz coadjuvante em 2010, Mo’Nique afirma que foi blackballed ao ser excluída de oportunidades futuras. Ela contou ao Hollywood Reporter que uma famosa diretora a chamou de difícil de trabalhar e que, após rejeitar negociações consideradas favoráveis, foi colocada à margem do mercado de Hollywood.
JoJo Siwa e o peso do coming out
Após publicar seu vídeo de coming out aos 17 anos, JoJo Siwa alegou que foi “basicamente blackballed” pela Nickelodeon. Segundo ela, o executivo da emissora questionou o que diria às crianças e pediu que ela fizesse declarações negativas, o que a levou a se sentir excluída da indústria e a esconder sua orientação sexual em público.
Richard Gere e sua luta pelos direitos humanos na China
Por criticar a ocupação da Tibete pelo governo chinês, Gere afirma ter sido bloqueado de participar de filmes e eventos importantes no mercado chinês. Em 1993, ao mencionar as violações de direitos humanos na Tibete durante um discurso, ele afirmou que seu vínculo com a China diminuiu ao longo do tempo, e que eventualmente foi evitado por estúdios para não ofender o mercado chinês.
Rose McGowan e o escândalo Harvey Weinstein
A atriz revelou que foi blackballed em Hollywood após denunciar que foi vítima de abuso sexual por Harvey Weinstein. Ela afirmou que, após receber um acordo de US$ 100 mil para silenciar o episódio, começou a ser marginalizada na indústria, além de ser alvo de ameaças e difamações.
Mira Sorvino e o silêncio após recusar Weinstein
Após rejeitar as investidas de Weinstein, Sorvino afirmou ter sua carreira quase destruída por ele e seus aliados. Em declarações à People, ela revelou que passou a receber menos propostas e a ser excluída de produções de Hollywood após o episódio.
Ashley Judd e o suposto assédio e bloqueio
Segundo Judd, ela foi alvo de campanhas de difamação e boicotes depois de denunciar assédio por Weinstein. Diretores de Hollywood a teriam considerado difícil para trabalhar, resultando na exclusão de projetos importantes, inclusive de O Senhor dos Anéis.
Julia Ormond e o processo contra Weinstein e Hollywood
Em 2023, Ormond entrou com uma ação judicial contra Weinstein, Disney e CAA, alegando que foi vítima de abuso sexual e que sua carreira foi prejudicada por não ter sido apoiada ou protegida pelas empresas após os ataques.
Brendan Fraser e o medo de ser blackballed
Fraser acusou o ex-presidente da HFPA, Philip Berk, de assédio sexual em 2003. Depois, afirmou que foi excluído de Hollywood por denunciar o caso, e que sua carreira sofreu um declínio após o episódio, vivendo um período de pobre reconhecimento e oportunidades.
Katherine Heigl e a fama de difícil
Heigl foi desacreditada após falar abertamente sobre seu incômodo com o roteiro de Knocked Up e por sua saída do elenco de Grey’s Anatomy. Ela relata que foi tratada como difícil e que sua reputação prejudicou sua carreira por anos, além de impactar sua saúde mental.
