Após afirmar que realizou testes cognitivos “muito difíceis” durante seu período no Walter Reed, Donald Trump deixou especialistas e políticos em dúvida: ele teria confundido um teste de QI com uma avaliação de saúde mental, segundo comentários de figuras públicas e especialistas.
Trump fala sobre “testes cognitivos” e provoca interpretações
Durante uma coletiva de imprensa, Trump afirmou: “Se derem uma prova para a AOC, ela teria que passar, como nas avaliações difíceis que fiz no Walter Reed. São testes de aptidão, em certa medida, mas também cognitivos.”
O comentário de Trump foi interpretado por muitos como uma referência a testes para avaliar déficits cognitivos, como os utilizados por médicos para detectar demência, e não a um simples teste de QI, que mede capacidade intelectual.
Especialistas comentam a confusão entre QI e testes cognitivos
Gavin Newsom, governador da Califórnia, comentou: “Na maioria dos casos, ninguém faz muitos testes cognitivos, a não ser que um médico esteja preocupado com algum problema de saúde mental.”
Por sua vez, a candidata ao Congresso pelo Texas, Sara McGee, argumentou: “Usamos ressonâncias seriadas para monitorar Alzheimer. Portanto, o que Trump afirmou não faz sentido em termos médicos.”
Resposta de AOC e observações sobre os testes
A deputada Alexandria Ocasio-Cortez respondeu às declarações de Trump, destacando o “teste de desenho do relógio”, utilizado por médicos para auxiliar no diagnóstico de demência. Ela afirmou: “Estou aguardando que um jornalista pergunte a ele qual é seu QI, porque ele fala nisso constante e nem sabe quais scores seriam considerados baixos.”
Ela também comentou que Trump, provavelmente, não entende a diferença entre um teste de QI e um exame de avaliação cognitiva para demência, ou seja, “ele pode ter se confundido ao falar sobre o assunto”.
Reações e o impacto na imagem do ex-presidente
Especialistas apontam que a confusão de Trump reforça a suspeita de que há dificuldades cognitivas, embora o ex-presidente nunca tenha confirmado nenhum diagnóstico formal. “Ele nunca foi considerado um Einstein, e sua trajetória acadêmica já levantou dúvidas”, destacou um especialista em saúde mental.
O debate também trouxe à tona as críticas ao comportamento do ex-presidente em relação às mulheres de cor, com deputados destacando um padrão de ataque e discriminação na administração atual.
Perspectivas e o futuro dos testes cognitivos
Gavin Newsom ressaltou que não é comum fazer múltiplos testes cognitivos sem motivo médico. “Se Trump realmente realizou esses testes, provavelmente foi por preocupação de algum profissional de saúde”, concluiu. Ainda assim, o episódio reacende a discussão sobre saúde mental de figuras públicas em plena esfera política.
Até o momento, não há confirmação de exames recentes por parte do ex-presidente. O episódio evidencia a confusão que pode ocorrer entre diferentes tipos de avaliações mentais e sua interpretação pública, levando a debates sobre transparência e saúde mental na política americana.


