Brasil, 30 de outubro de 2025
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O escritório de doutrina do Vaticano anunciou nesta quinta-feira (30) que divulgará, em 4 de novembro, um documento sobre títulos de Maria referentes à sua “cooperação na obra de salvação”.

Debate sobre o título de “co-redentora” de Maria

A participação de Maria na salvação, especialmente sob o título de “Co-Redentrix” (“Co-Redeemer”), tem sido tema de controvérsia teológica durante décadas. Defensores defendem que esse reconhecimento seja declarado dogma, enquanto críticos argumentam que tal título exagera seu papel e pode prejudicar a unidade ecumênica com outras denominações cristãs.

Apresentação oficial do documento

O cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, será o responsável por apresentar a nota doutrinal intitulada “Mater Populi Fidelis” (“Mãe fiel do povo”), na Curia dos Jesuítas, em Roma. Também participarão da sessão o secretário da mesma secretaria, padre Matteo Armando, e o consultor especialista em cristologia, padre Maurizio Gronchi, que ministra na Universidade Pontifícia Urbaniana.

Posições papais ao longo do tempo sobre o título “Co-Redentora”

Nos últimos anos, diferentes papas demonstraram posições diversas quanto ao uso do título de Maria como “Co-Redentrix”. Em 2017, a Associação Mariana Internacional solicitou ao Papa Francisco o reconhecimento público do título, que há tempos é utilizado em petições religiosas ao Vaticano. Contudo, o próprio pontífice expressou reservas à denominação em diversas ocasiões, reforçando que Cristo é o único Redentor e que Maria é confiada a nós como mãe, não como deusa ou co-redentora.

Durante uma audiência geral em 24 de março de 2021, Francisco reiterou que, embora Maria receba títulos bonitos, é fundamental lembrar que a redenção é apenas de Cristo. Já o então cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Emérito Bento XVI, considerava o título “Co-Redentrix” distante das escrituras e que poderia gerar equívocos sobre o papel de Jesus como Redentor. Por outro lado, São João Paulo II utilizou o termo ao menos seis vezes, reacendendo esperança de uma declaração dogmática futura.

Histórico do título “Co-Redentrix”

O título remonta ao século X, quando algumas letanias marianas já o utilizavam em referência à cooperação de Maria na salvação junto a Jesus. A adição do prefixo “co-” foi inserida no século XV, para distinguir que Maria não substitui Cristo como Redentor, mas participa de maneira única na obra redentora.

Foi apenas em 1908, ao elevar a festa das Sete Dores de Maria, que o título ganhou reconhecimento magisterial, sendo mencionado em decretos eclesiásticos. Apesar de seu uso frequente na história da Igreja, o Concílio Vaticano II optou por não estabelecer formalmente o título em documentos como Lumen Gentium.

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