Em um recente comentário sobre segurança pública, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfatizou que a questão não pode ser abordada apenas como uma ação repressiva do Estado. Sua declaração vem após uma megaoperação da polícia no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas, muitos dos quais eram suspeitos de envolvimento com o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil. Em entrevista à CNN, Motta ressaltou que a política de segurança deve ser ampliada para incluir as dimensões sociais e econômicas que estão na raiz da violência.
Investimentos em inteligência e educação
Motta ressaltou a importância de investimentos em áreas como inteligência, educação e tecnologia, que, segundo ele, são essenciais para proteger a sociedade e aqueles que arriscam suas vidas na luta pela ordem e pela paz. “Não podemos apenas reprimir; precisamos entender a origem da violência e desenvolver políticas que brechem esse ciclo”, disse o presidente. Ele também mencionou que, durante seus oito meses de gestão, mais de 40 propostas relacionadas à segurança foram aprovadas, abrangendo desde o fortalecimento das forças policiais até o aprimoramento das políticas de prevenção.
Legislação mais rigorosa contra o crime organizado
Em paralelo, na mesma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma nova lei destinada a fortalecer o combate ao crime organizado. Essa legislação traz importantes alterações, tipificando dois novos crimes para aqueles que obstruem investigações contra organizações criminosas. Além disso, estabelece diretrizes para o envio de indivíduos investigados a prisões de segurança máxima e amplia a proteção a autoridades que atuam na área de combate ao crime. Essa medida visa criar um ambiente mais seguro e eficiente nas operações de combate ao crime organizado.
Colaboração entre autoridades
O esforço para combater o crime organizado no Rio de Janeiro também conta com a colaboração do ministro Ricardo Lewandowski e do governador do estado, Cláudio Castro (PL-RJ). Ambos anunciaram a criação de um escritório conjunto para fortalecer as ações contra o crime. Curiosamente, essa colaboração surge em um momento em que o governador e ministros federais trocaram críticas públicas, mas parece que a urgência da questão de segurança está unindo forças, independentemente de diferenças políticas.
Unidade entre governadores
Além disso, o governador Cláudio Castro tem recebido apoio de outros governadores de direitas, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), e Mauro Mendes (União-MT). Recentemente, esse grupo se reuniu por videoconferência para apoiar Castro e está articulando um encontro presencial no Palácio Guanabara, que pode contar com a participação dos governadores do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (União Brasil). Essa unidade entre estados indica uma busca coletiva por soluções mais eficazes no combate à criminalidade que aflige diversas regiões do Brasil.
O futuro da segurança pública
Com as recentes declarações e ações, o debate sobre a segurança pública no Brasil ganha novas camadas. É evidente que o país vive uma realidade complexa em relação à violência e ao crime organizado, e que soluções unilaterais não são suficientes para lidar com essa crise. As propostas de Motta para uma abordagem mais integrada, que inclui investimentos em educação e tecnologia, junto com as novas legislações e colaborações entre governantes, podem sugerir um caminho mais sustentável para enfrentar a questão da segurança pública no Brasil.
Ao reconhecermos que a segurança pública não é apenas uma questão de repressão, mas também de prevenção e inclusão social, podemos começar a virar a chave dessa narrativa e construir um futuro mais seguro para todos os brasileiros.



