Brasil, 30 de outubro de 2025
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Repercussão digital da operação policial no Rio: um panorama

A operação policial que deixou 119 mortos no Rio gerou intensa repercussão nas redes sociais, destacando a polarização política no Brasil.

A repercussão digital a respeito da operação policial que resultou na morte de 119 pessoas no Rio de Janeiro, ocorrida nesta semana, evidenciou uma vitória significativa da direita nas redes sociais. Segundo levantamento da consultoria Bites, realizado a pedido do GLOBO, foram contabilizadas 4,41 milhões de menções nas redes sociais apenas na terça e na quarta-feira após a operação. A pesquisa revela não apenas a quantidade de interações, mas também a polarização das opiniões em torno do evento, refletindo a dinâmica política atual do Brasil.

A polarização nas redes sociais

De acordo com os dados coletados pela Bites, mensagens promovidas por políticos da direita geraram maior engajamento e repercussão, celebrando a operação e criticando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por supostas falhas no combate ao crime. As postagens da direita enfatizavam as ações da polícia e, muitas vezes, atacavam a esquerda por sua posição em defesa dos direitos humanos, criando uma narrativa contrária à simpatia popular.

Por outro lado, a esquerda e grupos críticos à Polícia Militar também conseguiram ganhar visibilidade nas redes, embora em menor escala. Enquanto apoiadores da operação expressavam aprovação, outros usuários das redes sociais relatavam experiências negativas sobre o caos na cidade, destacando a insatisfação com a segurança pública e a situação do Rio de Janeiro. Nos 100 posts com mais interações analisados, 40 eram da direita, 32 da esquerda e 28 neutras, resultando em um total de 50,1 milhões de interações.

Os principais protagonistas nas redes

Os personagens principais no debate digital sobre a operação foram, sem dúvida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio, Cláudio Castro. O presidente foi mencionado em 463 mil posts, acumulando 5,42 milhões de interações em um discurso que foi predominantemente crítico ao governo. Já Cláudio Castro teve cerca de 973 mil menções, com 10,4 milhões de interações, sendo alvo de duras críticas por parte da esquerda.

André Eler, diretor-técnico da Bites, aponta que a direita conseguiu articular uma defesa firme da polícia, enquanto a esquerda encontrou dificuldades em ressoar seu discurso sobre segurança nas redes. As mensagens de políticos da esquerda geraram menos repercussão do que aquelas oriundas de militantes de movimentos sociais, demonstrando um descompasso na comunicação e engajamento.

Repercussão no Congresso Nacional

O levantamento também traz dados sobre a repercussão entre congressistas. A Bites identificou 1.612 menções à operação por 306 deputados, as quais geraram 11,1 milhões de interações. Entre os senadores, houve 311 menções de 59 parlamentares, totalizando 1,8 milhão de engajamentos. A direita se destacou com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), cujas postagens geraram grande repercussão. Os senadores bolsonaristas, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), também promoveram conteúdo defensivo da polícia e críticas ao governo Lula.

A diferença no engajamento entre os partidos é igualmente notável, com o PL dominando a repercussão política. A legenda contabilizou 476 posts de 66 deputados, gerando 6,6 milhões de interações, enquanto o PT e o PSOL, juntos, somaram 519 posts com apenas 1,7 milhão de interações. Isso demonstra que a forma como a esquerda se posiciona sobre a operação não ressoou tão fortemente quanto os discursos da direita.

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