A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (30), uma operação de grande escala voltada para o combate ao tráfico internacional de drogas. A ação visa desmantelar uma quadrilha suspeita de ter exportado 2,1 toneladas de cocaína entre 2023 e 2024, utilizando o Porto de Santos, localizado no litoral de São Paulo, como rota de saída para a narcotraficância internacional.
Desdobramentos da Operação Papyrus
Esta operação é um desdobramento da Operação Papyrus, realizada em 2024, onde quatro funcionários de empresas de logística portuária foram presos. A nova fase da investigação foi possível graças à coleta de provas que foram reunidas durante a fase inicial, iniciada em junho de 2024. Assim,, a PF emitiu 14 mandados de busca e apreensão contra suspeitos diretamente envolvidos nas atividades criminosas.
Os mandados estão sendo cumpridos em diversas localidades, incluindo as cidades de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Poços de Caldas, além de Monte Sião, em Minas Gerais. Até o momento, não há informações confirmadas sobre detenções ou apreensões significativas no decurso da operação.
O alicerce da investigação
Segundo a PF, a organização criminosa em questão não apenas se dedica ao tráfico internacional de drogas, mas também à lavagem de dinheiro originado desse comércio ilegal. A cocaína exportada tinha como destino várias localidades internacionais, incluindo Londres, Israel e França. A singularidade desse esquema se dá principalmente pelo modo como a droga era ocultada nas cargas, muitas vezes escondida dentro de contêineres de papel. A operação foi batizada de Papyrus em referência a essa tática de camuflagem.
Resultados da primeira fase
Na primeira fase da investigação, foram apreendidos significativos montantes em dinheiro e bloqueados bens avaliados em cerca de R$ 5 milhões. Os quatro funcionários detidos possuíam idades que variavam entre 26 e 42 anos. Três deles já tinham mandados de prisão emitidos, enquanto o quarto foi preso em flagrante por envolvimento em lavagens de dinheiro.
Como operava a quadrilha?
A PF detalhou que o grupo utilizava métodos logísticos complexos para inserir a droga nas cargas destinadas à exportação. O esquema envolvia a remoção indevida das cargas nos pátios de transportadoras em Cubatão, seguida do transporte até um terminal retroportuário no Guarujá. Neste terminal, as portas dos contêineres eram abertas, permitindo a introdução da cocaína entre os fardos de papel, depois dos quais os contêineres eram novamente lacrados para seguir rumo ao embarque internacional.
As investigações tiveram um início marcante em junho de 2024, quando foram apreendidos 270 kg de cocaína, que estavam escondidos em um carregamento de papel sulfite no Porto de Santos, desencadeando uma série de investigações que culminaram nesta nova fase da operação.
Conclusão e próximos passos
A Operação Papyrus revela a complexidade e a audácia das organizações criminosas que atuam no Brasil e no exterior. Com a continuidade das investigações e a aplicação das leis rigorosas, a Polícia Federal se mostra atenta e preparada para enfrentar os desafios do tráfico internacional de drogas.
O impacto deste tipo de operação não se limita apenas à prisão dos envolvidos, mas também à proteção da sociedade, uma vez que a traficância de drogas está intimamente relacionada a outros crimes e à degradação social. A expectativa é que novas apreensões e prisões ocorram nas próximas etapas da operação, reforçando o compromisso da PF na luta contra o tráfico de drogas.


