No início da manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Civil do Rio Grande do Norte lançou uma operação de grande escala para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas. A ação, que ocorre em São Miguel, no Alto Oeste potiguar, também abrange outros estados, como Paraíba, Distrito Federal e São Paulo. Essa operação é uma resposta firme da justiça contra a crescente onda de crimes relacionados à clonagem de cartões de crédito e lavagem de dinheiro.
O que foi apreendido e quantas prisões ocorreram
Durante a operação, foram cumpridos mandados que resultaram em sete prisões confirmadas pela polícia. A ação visa não só as prisões, mas também o bloqueio judicial de mais de R$ 3 milhões em contas que estão ligadas a investigados e a chamados “laranjas”. Além disso, mais de 25 veículos foram requisitados para apreensão.
As forças de segurança realizaram seis mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão. Durante a operação, um dos suspeitos foi preso em flagrante por posse irregular de uma arma de fogo de uso permitido.
Desdobramentos da operação e estratégia da organização criminosa
Esta iniciativa da polícia é um desdobramento da “Operação Oeste Estourado”, que ocorreu no começo deste ano. Naquela ocasião, três membros da mesma organização foram detidos, juntamente com a apreensão de cerca de cem cartões de crédito e uma quantidade significativa de maquinetas utilizadas para os golpes.
Os investigadores revelaram que a organização causou grandes danos financeiros aos bancos por meio de um método conhecido como “fraude do desacordo comercial”, onde falsas contestações de compras eram feitas. Neste esquema, membros do grupo utilizavam cartões de crédito de terceiros, por meio de maquinetas associadas a contas de empresas ou indivíduos “laranjas”, simulando transações que na verdade nunca ocorreram.
Após a realização dessas transações, os titulares dos cartões eram orientados a contestar os valores, levando ao estorno, o que transferia o prejuízo para as instituições financeiras. O problema se agravava, pois os valores já haviam sido retirados ou transferidos pelos criminosos, gerando um grande rombo financeiro.
Cooptação de comerciantes e práticas fraudulentas
As investigações também revelaram que a organização cooptava pequenos comerciantes e indivíduos comuns, que entregavam seus cartões como parte da fraude, participando de contestações que eram, na verdade, simuladas. Para ampliar a margem de crédito dos cartões, a organização utilizava o nome de pessoas não envolvidas diretamente, abrindo contas com documentos falsificados e comprovantes de renda fraudulentos.
Ainda mais alarmante é o fato de que a organização contava com a colaboração de uma ex-funcionária de um dos bancos lesados. Esta mulher também estava sob investigação na operação “Select”, que visa apurar fraudes semelhantes em relação ao mesmo banco.
Trabalho da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações
A operação realizada pela Polícia Civil do RN é fruto das apurações da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD/Natal). O trabalho arduo dessa delegacia tem sido crucial para combater fraudes que afetam tanto o setor financeiro quanto a segurança dos cidadãos.
À medida que novas informações surgem, a polícia reitera o seu compromisso em desmantelar organizações criminosas que operam à margem da lei e que colocam em risco a integridade financeira da população. As investigações estão em andamento, e a equipe está analisando novas pistas que podem ajudar a identificar outros envolvidos na fraude, ampliando assim o alcance da operação.
A ação ressalta a importância da colaboração entre as instituições e órgãos de segurança pública na luta contra crimes financeiros e a necessidade de uma conscientização da população em relação à segurança de seus dados pessoais e financeiros.
Com a continuidade das operações, espera-se não apenas a prisão dos criminosos, mas também a restauração da confiança do público nas instituições financeiras e a proteção contra fraudes futuras.
Por fim, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte pede à população que denuncie quaisquer atividades suspeitas que possam estar relacionadas a fraudes ou clonagem de cartões, enfatizando que o combate a esses crimes é uma responsabilidade coletiva.
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