Brasil, 30 de outubro de 2025
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Polêmica na Tennessee: homem é preso por meme de Trump sobre tiroteio escolar

Um homem foi preso após postar um meme de Trump. O sheriff defende a ação, mas críticos falam em abuso de poder.

No centro de uma controversa investigação em Perry County, Tennessee, um homem de 61 anos, Larry Bushart, foi preso por supostamente ameaçar um tiroteio em massa na Perry County High School. O detalhe que chama a atenção é que a base da acusação é um meme publicado online, que cita o ex-presidente Donald Trump. O sheriff Nick Weems admitiu que as palavras no meme não são suficientemente ameaçadoras para justicar a acusação, gerando preocupações sobre a liberdade de expressão e a abordagem da polícia.

Entenda o caso

Bushart, um ativista e ex-policial conhecido por suas postagens progressistas, foi detido no dia 21 de setembro após uma série de interpretações alarmistas sobre o seu meme. A imagem citava uma resposta de Trump a um tiroteio ocorrido em Perry, Iowa, onde duas pessoas foram mortas e outras seis ficaram feridas. A frase “temos que superar isso” e a referência ao tiroteio em uma escola geraram um alvoroço na comunidade local, levando alguns a acreditar que a postagem insinuava um plano de ataque à escola de Perry County.

Apesar do sheriff afirmar que a intenção de Bushart era criar um pânico na comunidade, as palavras do meme não mencionam explicitamente a escola local, o que levanta questões sobre a interpretação subjetiva das redes sociais. “A postagem não diz Perry County High School, mas referia-se a um tiroteio em Perry High School na Iowa. Essa confusão levou alguns a acreditar que ele estava se referindo à nossa escola”, explicou Weems em entrevista.

O impacto da prisão

Desde a prisão, Bushart permanece detido sem a possibilidade de fiança, que foi fixada em 2 milhões de dólares. A situação se agravou quando a polícia começou a receber ameaças e telefonemas hostis, indicando que a detenção de Bushart se tornou um ponto de discórdia. Muitos defensores da liberdade de expressão argumentam que a prisão foi uma clara demonstração de abuso de poder e uma violação dos direitos constitucionais.

Em resposta à prisão, Chris Eargle, um ativista que criou a página “Free Larry Bushart” no Facebook, disse: “Ninguém interpretou isso como uma ameaça. Um cidadão razoável não poderia interpretar isso como uma ameaça.” A falta de reações imediatas ao meme original também sugere que a comunidade não enxergava a postagem como uma incitação à violência.

A defesa do sheriff

Nick Weems, o sheriff da região, defendeu sua decisão em agir de forma rápida e decisiva. Ele afirmou que a medida foi necessária para assegurar a segurança dos alunos, já que havia preocupações com um possível ataque à escola, após uma recente ameaça de um estudante. “Quando há múltiplas pessoas aterrorizadas para enviar seus filhos à escola, tentamos agir e abordar a situação”, declarou.

Por outro lado, muitos questionam se um simples meme mereceria tal resposta da autoridade. Bushart defendeu sua postura, afirmando que a postagem era uma forma de exercício da liberdade de expressão: “Eu não ameaçava ninguém”, disse ele em seu depoimento à polícia. A situação levanta um debate não apenas sobre a liberdade de expressão, mas também sobre a sensibilidade em tempos de crescente violência escolar.

Perspectivas futuras

O advogado de Bushart já apresentou um pedido para a revisão da fiança, mas a audiência está marcada para o dia 4 de dezembro. Enquanto isso, a repercussão do caso continua a causar divisões na comunidade e questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão na era digital. Como lidar com interpretações subjetivas e potencialmente perigosas on-line permanece como um desafio para as autoridades locais.

Este caso destaca a delicada fronteira entre segurança pública e a proteção aos direitos individuais, um tema cada vez mais relevante em um mundo saturado de mídias sociais. A forma como o caso de Larry Bushart se desenrolará poderá definir precedentes importantes sobre a liberdade de expressão e a responsabilidade das autoridades na interpretação da lei.

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