As ações da Nissan Motor caíram 6,1% nesta sexta-feira, a maior baixa intradiária desde 26 de agosto, após a montadora japonesa anunciar uma previsão de prejuízo operacional de 275 bilhões de ienes (US$ 1,8 bilhão) para o ano fiscal que termina em março de 2026. A previsão marca uma das maiores crises financeiras da empresa em mais de duas décadas.
Previsão de prejuízo e desafios financeiros
Exibindo sinais de dificuldades contínuas, a Nissan calcula uma perda de 30 bilhões de ienes (R$ 1,06 bilhão) no período de abril a setembro, desempenho melhor do que o esperado anteriormente, que era de 180 bilhões de ienes (R$ 6,33 bilhões). A projeção representa uma tentativa da empresa de evitar divulgar estimativas de lucro por meses.
“A Nissan continua enfrentando desafios agravados por ventos externos adversos”, afirmou o diretor financeiro, Jeremie Papin, nesta quinta-feira. A crise inclui vendas fracas nos Estados Unidos e China, além de uma estratégia de gestão de custos e reestruturações que ainda não surtem efeito suficiente.
Impacto nas ações e contexto financeiro
As ações da Nissan registraram uma queda significativa nesta semana, chegando a recuar 6,1% em Tóquio, a maior baixa intradiária desde agosto. No acumulado do ano, as ações já têm uma retração de aproximadamente 27%, refletindo a precariedade financeiro da montadora.
Reestruturação e planos futuros
Para conter a crise, o presidente-executivo Ivan Espinosa anunciou medidas como a eliminação de 20 mil empregos e a redução de operações globais, incluindo o fechamento de unidades no Japão até 2028 e transferência de produção para o México. Tais estratégias fazem parte de um esforço para eliminar capacidade ociosa e fortalecer as finanças da companhia.
Desafios e incertezas
Apesar de uma melhora no desempenho do segundo trimestre, o analista Tatsuo Yoshida, da Bloomberg Intelligence, ressaltou que “não está claro se o progresso ocorrerá conforme o planejado”, especialmente diante de custos pontuais e fatores externos imprevisíveis. A Nissan ainda não divulgou detalhes específicos sobre os custos de reestruturação ou previsões de lucro para o ano completo, que serão apresentados em novembro.
Cenário de crise e perspectivas futuras
Desde que foi salva da quase falência por atuação da Renault, a Nissan enfrenta sua pior crise financeira em mais de duas décadas, marcada por queda de lucros e alta dívida, agravada por troca constante de lideranças e um portfólio pouco competitivo. A companhia tenta recuperar sua posição ao implementar uma série de cortes de custos e reestruturações estratégicas, enquanto enfrenta dificuldades de mercado internacional.
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