O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fez declarações contundentes sobre a violência no Rio de Janeiro, afirmando que “não adianta querer culpar o governador Cláudio Castro” pela situação caótica no estado. O comentário do governador ocorreu durante a inauguração da nova pista do Autódromo Nelson Piquet, na manhã desta quinta-feira (30), em meio à repercussão de uma megaoperação que resultou em mais de 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha.
A violência no Rio de Janeiro e suas raízes históricas
Em seu discurso, Ibaneis Rocha ressaltou que o Rio de Janeiro enfrenta um problema que se agrava há mais de cinco décadas, afirmando que a situação atual é apenas o “ápice” de uma “vida complicada”. Ele atribui o aumento da violência a uma série de fatores históricos, sociais e econômicos, que foram se acumulando ao longo dos anos e que agora culminam em um cenário alarmante.
Cooperação entre estados e o papel da Polícia Civil do DF
Apesar da gravidade da situação, Ibaneis afirmou que, neste momento, o governo fluminense não deve aceitar a oferta de envio de policiais do DF. Segundo ele, as estruturas de combate ao crime organizado nas favelas do Rio são distintas das de Brasília, o que exigiria uma adaptação que poderia atrasar a ação efetiva. No entanto, o governador se comprometeu a disponibilizar a Polícia Civil do Distrito Federal, que possui uma estrutura de inteligência e perícia altamente equipada, para apoiar o governo do Rio.
Crítica à politização da segurança pública
Ibaneis Rocha também fez um apelo para que a situação atual não seja politizada, convocando um esforço conjunto para tratar da segurança pública de forma séria e comprometida. Ele argumentou que é crucial trabalhar simultaneamente em medidas preventivas e repressivas que tratem das causas e consequências da violência.
Segurança nas fronteiras: uma questão nacional
Outro ponto destacado pelo governador foi a importância de um maior controle nas fronteiras do Brasil. Ele afirmou que o país não produz drogas nem armamentos, que têm origem em outros lugares, e que é vital intensificar as políticas de segurança nas divisas do território nacional. “As apreensões de drogas têm sido cada vez maiores por parte da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, mas chegamos a um ponto que temos que avançar cada vez mais”, ponderou Ibaneis.
Esta abordagem reflete uma crescente preocupação com a origem do crime organizado e a necessidade de uma resposta mais coordenada entre os diferentes níveis de governo e suas respectivas polícias. A construção de uma “polícia de fronteira” foi citada como uma das soluções necessárias para lidar com a crescente criminalidade que afeta diversas regiões do país.



