Na noite de terça-feira (28), um incidente alarmante ocorreu em Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro, quando Douglas Christian Almeida, de 30 anos, foi baleado na porta de seu condomínio. Segundo relatos, a família acredita que o jovem foi confundido com criminosos por policiais que realizavam uma abordagem na região.
A abordagem e o confronto
Testemunhas relataram que Douglas voltava para casa após realizar uma entrega de produtos vendidos por ele e sua esposa. Por volta das 21h40, ele foi atingido por disparos ao tentar entrar no condomínio. As informações indicam que dois policiais, montados em uma moto, teriam aberto fogo imediatamente após Douglas fazer uma curva na esquina, o que desencadeou um clima de tensão e desespero.
Adriana de Almeida, irmã de Douglas, detalhou a situação, destacando que o irmão não tinha intenção alguma de resistir ou fugir. “Eles ficam assustados, é um vidro fumê e é isso que fazem diariamente no Rio de Janeiro”, disse, referindo-se a falta de cuidado nas abordagens policiais. Os disparos deixaram Douglas gravemente ferido, e ele foi socorrido e levado ao Hospital Federal de Bonsucesso.
O estado de saúde e acusações contra a PM
A esposa de Douglas enviou uma mensagem à equipe de reportagem, afirmando que não houve abordagem, perseguição ou resistência por parte do marido. Apesar disso, os policiais dispararam, gerando uma situação crítica. Ela também mencionou que Douglas passou por uma cirurgia de emergência e continua em estado grave.
Além disso, a esposa de Douglas fez acusações graves envolvendo a conduta dos policiais. Ela afirmou que os agentes forjaram uma arma e inventaram uma suposta troca de tiros, alegando que há vídeos que comprovam que não havia arma no veículo de Douglas no momento da abordagem. “A suposta arma só apareceu cerca de 5 horas depois quando removeram o carro do local, sem perícia e sem registro imediato”, ressaltou.
Reação da polícia
A Polícia Militar do Rio de Janeiro, em nota, afirmou que o Batalhão Tático de Motocicletas (BTM) apreendeu um revólver dentro de um carro após um cerco na Estrada Adhemar Bebiano, no qual Douglas ficou ferido e foi levado para o hospital. Entretanto, a PM não retornou aos pedidos de esclarecimentos sobre a abordagem até o momento.
Investigação do caso
O caso foi encaminhado para a 25ª DP (Engenho Novo) e está sob investigação. A situação levanta questionamentos sobre a conduta policial nas abordagens, especialmente em áreas propensas à violência. O desfecho deste episódio trágico poderá trazer novos insights sobre a relação entre a polícia e a comunidade no Rio de Janeiro, além de evidenciar a necessidade de uma abordagem mais responsável e menos agressiva por parte das forças de segurança.
Enquanto a investigação avança, amigos e familiares de Douglas esperam por justiça e clamam por respostas em um cenário que tem se tornado cada vez mais complexo no Rio de Janeiro. A preocupação com a segurança e a atuação policial são temas que precisam ser discutidos com urgência, tendo em vista o aumento da violência e a necessidade de proteger vidas inocentes.
O testemunho de quem esteve presente e os registros em vídeo podem contribuir significativamente para o andamento das investigações e para a busca pela verdade em um caso que já mobilizou a opinião pública e traz à tona questões sociais que afetam muitos cidadãos nas grandes cidades brasileiras.
