Brasil, 30 de outubro de 2025
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Especialistas alertam que crença de Trump sobre céu é equívoca

Especialistas em teologia e psicologia explicam por que a visão de Trump sobre o céu contradiz ensinamentos cristãos

O presidente Donald Trump tem demonstrado preocupação contínua com sua possível entrada no céu, questionando seu “score” celestial e refletindo sobre sua moralidade. Enquanto isso, especialistas ressaltam que a crença de que boas ações ou sucesso político garantiriam o acesso ao paraíso é equivocada na tradição cristã.

Foco na afterlife e ansiedade de morte de Trump

Nos últimos meses, Trump fez declarações públicas sobre suas dúvidas quanto à possibilidade de entrar no céu, incluindo uma conversa com a Fox News em agosto, na qual afirmou desejar salvar vidas na guerra na Ucrânia para aumentar suas chances espirituais. Segundo especialistas, esse tipo de pensamento costuma surgir na fase avançada da vida, em momentos de reflexão sobre o legado e a mortalidade, como explica a psicóloga Cynthia Shaw.

“Quando se aproxima dos 80 anos, é comum pensar na própria mortalidade e no que deixamos para trás”, diz Shaw. A preocupação de Trump com o “pontos no céu” pode indicar uma ansiedade de morte, fenômeno conhecido como thanatofobia, que é comum em idosos que confrontam o fim da vida.

Visão de Trump versus ensinamentos cristãos

Para especialistas em teologia, a visão de Trump de que a entrada no céu depende de alcançar uma “pontuação” por boas ações está em desacordo com os princípios cristãos. Maria Silva, psicóloga cristã, explica que o evangelho enfatiza que a salvação é um presente de graça, não algo que se conquista por mérito.

“A esperança cristã é de que somos amados e aceitos por Deus, apesar de nossas falhas, e não por nossas ações”, afirma Silva. Essa compreensão contrasta com a ideia de que uma pessoa pode “merecer” a entrada no céu por boas obras, que é comum mesmo entre alguns fiéis que confundem mérito com graça.

Impacto psicológico e o legado de Charlie Kirk

O recente falecimento do comentarista político Charlie Kirk também parece ter afetado o humor de Trump. Em uma homenagem póstuma, Trump afirmou que Kirk “descansa no céu”, enquanto admitia dúvidas sobre seu próprio destino, reforçando o padrão de pensamento meritocrático em relação à salvação.

De acordo com Gabrielle Ferrara, terapeuta especializada em luto, perder alguém frequentemente faz as pessoas refletirem sobre sua própria mortalidade, aumentando preocupações e ansiedade a respeito do que virá após a morte. “Existe um desejo subconsciente de que boas ações possam garantir a entrada no céu”, ela explica.

Resistência à compreensão teológica verdadeira

O psicólogo Soteyda Valle-Ellis critica a visão de Trump, afirmando que ela revela uma compreensão equivocada de salvação baseada em desempenho. “Ele associa a entrada no céu a um sistema de mérito, o que está em conflito com a doutrina cristã da graça”, diz. Para ela, essa postura demonstra que muitos ainda acreditam que podem negociar sua salvação com Deus, uma ideia que o cristianismo rejeita.

Reflexões finais

A preocupação de Trump com o céu revela uma ansiedade mais profunda relacionada ao medo de morte e à necessidade de validação. Como observa a psicóloga Rachel Menzies, esse tipo de pensamento é uma tentativa de controlar o incontrolável, transformando a mortalidade em uma questão de mérito ou conquista.

O episódio serve de alerta para a distinção essencial entre conceitos religiosos e percepções pessoais, reforçando que a verdadeira mensagem cristã ensina que a salvação é um presente divino, e não uma recompensa por boas ações.

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