O Brasil registrou a criação de 213.002 novas vagas de emprego formal, ou seja, com carteira assinada, em setembro. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (30/10) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse índice reflete um saldo positivo notável, resultante de 2.292.492 admissões contra 2.079.490 desligamentos no
mês.
Cenário do Emprego Formal no Brasil
O saldo de vagas geradas em setembro apresenta uma maior proporção de empregos típicos, correspondendo a 78,9% do total. Os postos considerados não típicos, que incluem aprendizes e trabalhadores com jornada de até 30 horas semanais, tiveram um desempenho relevante, com 15.357 e 27.527 novas vagas, respectivamente. No acumulado do ano, o Brasil abriu 1.716.600 vagas até setembro, número 14% inferior ao mesmo período do ano passado (1.995.164).
Desempenho por Setor
Todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo no último mês. Os principais setores responsáveis pela geração de empregos foram:
- Serviços: 106.606 novas vagas, impulsionadas pelas áreas de informação, comunicação e atividades financeiras;
- Indústria: 43.095 postos, com ênfase na fabricação de produtos alimentícios;
- Comércio: 36.280 novos empregos, devido ao comércio varejista;
- Construção: 23.855 postos, principalmente na construção de edifícios;
- Agropecuária: saldo negativo de 3.167 postos, reflexo do cultivo de cana-de-açúcar.
Desigualdade de Gênero no Mercado de Trabalho
O crescimento do emprego formal em setembro foi um pouco mais favorável aos homens, com 117.145 novas vagas criadas, em comparação a 95.857 para as mulheres. Esse dado revela uma continuação da desigualdade de gênero no mercado de trabalho, um desafio que o Brasil ainda precisa enfrentar.
Distribuição Geográfica das Novas Vagas
Além do crescimento em termos gerais, todas as 27 unidades da federação (UF) apresentaram um saldo positivo. Os estados que se destacaram na criação de novas vagas foram:
- São Paulo: 49.052 postos, com alta de 0,33%;
- Minas Gerais: 16.009 novos empregos, com aumento de 0,40%;
- Pernambuco: 15.602 novos postos, com alta de 1%.
Por outro lado, os estados com as menores quantidades de novas vagas foram Roraima (295 postos, alta de 0,35%), Amapá (735 novos postos, alta de 0,72%) e Acre (845 vagas, alta de 0,73%).
Salário Médio no Emprego Formal
O salário médio real em setembro chegou a R$ 2.286,24, marcando uma redução de R$ 20,61 (0,9%) em comparação ao mês anterior, quando os trabalhadores recebem em média R$ 2.306,94. Contudo, houve um crescimento real de R$ 17,35 (0,8%) em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Para os trabalhadores considerados típicos, o salário médio foi de R$ 2.332,47, 2% acima do valor médio geral. Já aqueles em funções não típicas apresentaram uma média de R$ 1.949,35, que é 14,7% inferior ao salário médio.
Esses dados evidenciam a recuperação do mercado de trabalho brasileiro, apesar de desafios ainda presentes, como a desigualdade de gênero e a necessidade de aumento real no poder de compra dos trabalhadores. O crescimento das vagas em diversos setores é um sinal positivo, refletindo um movimento favorável na economia nacional.
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