Brasil, 30 de outubro de 2025
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Brasil com menos álcool: mudanças no mercado e o perfil do consumidor

Mais brasileiros estão reduzindo o consumo de álcool, impulsionando inovação e transformação no setor de bebidas no país

Dados recentes revelam que cerca de 53% dos brasileiros que consomem álcool reduziram sua ingestão no último ano, refletindo uma mudança significativa no comportamento do consumidor. Essa tendência, especialmente entre os jovens, tem provocado ajustes na indústria de bebidas, que aposta em produtos mais sofisticados e moderados.

Por que os jovens bebem menos?

A geração Z, que tem entre 18 e 26 anos, é a que menos consome álcool, com apenas 45% afirmando que bebem, segundo pesquisa da MindMiners. Nesse grupo, fatores como saúde, bem-estar, controle emocional e motivos financeiros são as principais razões para diminuir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Gabrielle Ribeiro, influenciadora digital, exemplifica essa mudança. Aos 23 anos, ela decidiu parar de beber, trocando festas por trilhas e suplementos, além de ter conquistado seguidores ao compartilhar sua experiência.

O impacto da moderação e a tendência de consumo

Crescimento do mercado de bebidas sem álcool

O consumo de cervejas sem álcool no Brasil cresceu mais de 200% entre 2020 e 2023, atingindo quase 650 milhões de litros, segundo dados da Euromonitor. A expectativa é que esse volume se aproxime de 1 bilhão de litros em 2025, fazendo do Brasil o segundo maior mercado mundial de cerveja zero, conforme a World Brewing Alliance (WBA).

Especialistas observam que o público busca mais qualidade e exclusividade, optando por rótulos premium. O proprietário do bar Caledonia, Maurício Porto, relata um aumento na procura por mocktails — coquetéis sem álcool —, que chegam a esgotar o estoque em dias de maior movimento.

Transformações na indústria de bebidas

Grandes empresas como Ambev e Diageo têm ampliado seus portfólios de produtos sem álcool e focado na inovação. A Ambev, por exemplo, projeta que suas cervejas zero alcóolicas crescerão até cinco vezes mais rápido que as tradicionais até 2028, investindo em rótulos como Bud Zero, Corona Cero e Stella Pure Gold.

Já a Diageo aposta em marcas como Seedlip e Ritual Zero Proof, além de versões 0.0 de bebidas clássicas. Guilherme Martins, vice-presidente de marketing da Diageo no Brasil, afirma que o objetivo é incentivar o consumidor a beber melhor, não mais.

Como o mercado está se adaptando?

O setor tem inovado na oferta de bebidas sofisticadas, com técnicas que elevam a qualidade dos mocktails e bebidas sem álcool. O bar Caledonia, por exemplo, investe em infusões de especiarias e técnicas de clarificação, criando drinks que agradam paladares exigentes e que querem alternativas ao álcool.

Segundo Maurício Porto, o desafio é replicar a complexidade do álcool nas versões sem, criando bebidas que sejam complexas e saborosas por si só. Essa tendência tem potencial para transformar a cultura do consumo de bebidas no Brasil, tornando-se uma oportunidade de crescimento para o setor.

Perspectivas futuras

O consumo moderado e a busca por experiências de alta qualidade continuarão impulsionando a inovação no mercado de bebidas. Empresas já percebem que o tradicional “bebida para ficar embriagado” está substituído por uma cultura de experiências gostosas e saudáveis, promovendo o bem-estar e o equilíbrio emocional.

A expansão do segmento de bebidas premium, a diversificação de produtos e os novos hábitos de consumo indicam que o mercado brasileiro seguirá reagindo de forma positiva às mudanças, consolidando uma preferência por moderar e valorizar a qualidade.

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