Brasil, 31 de outubro de 2025
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A loucura conservadora com Zohran Mamdani e o conceito de tia

Reações absurdas à fala de Zohran Mamdani sobre sua tia reacendem debates e ilustram uma crise de argumentos na política atual

No contexto da campanha de Zohran Mamdani para prefeito de Nova York, a controvérsia mais recente e absurda envolve o uso que ele fez da palavra “tia” durante um discurso sobre islamofobia. Enquanto políticos e eleitores discutem, a polêmica revela uma desconexão profunda na compreensão cultural e na política de ataques na era digital.

A confusão sobre a relação familiar de Zohran Mamdani e a crise de senso comum

Durante uma fala recente, Mamdani disse: “Quero falar da minha tia, que deixou de usar o metrô após o 11 de setembro, porque não se sentia segura usando o hijab”. Alguns, como o senador republicano JD Vance, atacaram-no por supostamente inventar uma história ou por ser “politicamente correto demais”. No entanto, o ponto central da controvérsia veio quando conservadores se indignaram porque a mulher mencionada por Mamdani era sua prima, não sua irmã.

Ao ser questionado se a tia tinha laços sanguíneos, o próprio Mamdani explicou que Zehra Fuhi, uma prima de seu pai, tinha falecido há alguns anos e que sua menção tinha como propósito abrir uma discussão mais ampla sobre islamofobia na cidade. Apesar da explicação, figuras como Ted Cruz não perderam tempo em acusá-lo de “mudar a narrativa”.

Por que tudo isso parece tão absurdo?

Perspectiva cultural e social sobre parentesco

Como uma mulher samoana e filha de imigrantes, fiquei chocada ao perceber que muitos americanos não usam “tia” ou “tio” para seus parentes de geração acima. Para nós, essas palavras são uma forma de respeito e inclusão, independentemente do grau de sangue. Para minha cultura, qualquer pessoa mais velha da mesma geração é uma tia ou tio; todos nossos primos são nossos irmãos, e os filhos dos nossos primos são sobrinhas e sobrinhos.

Já nos Estados Unidos, o costume de chamar alguém de tia ou tio costuma ser reservado para familiares de sangue ou amigos próximos, o que pode criar confusões na hora de entender relações familiares. Ainda assim, a reação de alguns ao uso de “tia” por Mamdani demonstra uma incompreensão cultural, agravada por um ambiente onde ataques políticos se transformam em caça às bruxas digitais.

Reações na internet e o reflexo de uma política perigosa

Muitos usuários do X (antigo Twitter) defenderam Mamdani, destacando o absurdo da controvérsia. Apesar da confusão, a discussão expõe uma polarização exacerbada, na qual pequenas palavras podem desencadear crises e ataques públicos, muitas vezes sem sentido ou fundamento lógico.

A controvérsia também revela como o ambiente digital amplifica e transforma questões culturais em armas políticas, muitas vezes sem compreender suas raízes ou significado real. Essa crise de senso comum demonstra uma sociedade que, ao invés de dialogar, prefere atacar ou ridicularizar diferenças culturais.

Reflexões finais

Enquanto o debate sobre a relação de Mamdani com sua tia pode parecer uma tempestade em copo d’água, ele evidencia a necessidade de maior empatia e compreensão intercultural. E também serve como alerta para os perigos de uma política baseada em ataques fáceis, que se alimenta da ignorância generalizada.

O que você acha de tudo isso? Compartilhe sua opinião nos comentários e ajude a refletir sobre os limites do debate político atual.

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