A cozinha sempre foi o abrigo de Luara Rangel Contessoto, uma apaixonada cozinheira de 26 anos. Desde os 18, ela mergulhou de cabeça no mundo da gastronomia, onde panelas, temperos e chamas faziam parte do seu dia-a-dia. Contudo, em novembro de 2024, sua vida tomou uma reviravolta dramática quando ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A experiência a manteve internada por 38 dias, sendo 10 deles em coma, e trouxe desafios inimagináveis para uma jovem tão cheia de vida.
Da dor à esperança: o impacto do AVC na vida de Luara
O AVC de Luara não foi apenas um desafio físico; foi uma virada emocional. A jovem, que vivia para cozinhar, se viu incapaz de executar movimentos que antes eram automáticos. “A sensação de perda foi devastadora, mas minha vontade de voltar à cozinha era ainda maior”, relembra Luara. O apoio da família e amigos durante sua recuperação foi essencial para que ela encontrasse forças para se reinventar.
Após receber alta, Luara percebeu que precisaria reaprender a cozinhar e a realizar movimentos simples do dia-a-dia. A sua paixão pela culinária se tornou uma ferramenta crucial no processo de fisioterapia. Com o auxílio de profissionais de saúde, cada receita se tornou uma forma de terapia, ajudando-a a restabelecer a coordenação motora e a redescobrir a alegria que a cozinha sempre lhe trouxe.
A culinária como terapia
Os pesquisadores têm demonstrado que a culinária pode ser uma poderosa forma de terapia ocupacional. Além de auxiliar na recuperação de habilidades motoras finas, cozinhar estimula a memória, a criatividade e a socialização. Para Luara, essa conexão entre a comida e a cura não era apenas uma teoria, mas uma realidade cada vez mais presente em seu dia-a-dia.
“Cada prato que preparei durante a minha recuperação trouxe uma nova alegria e um significado para minha vida. Repetir movimentos, sentir os aromas, explorar novos sabores – tudo isso reforçou a ideia de que eu poderia voltar a ser a cozinheira que sempre fui”, conta Luara, com um sorriso no rosto.
Os desafios da reabilitação
Reaprender a cozinhar não foi um caminho fácil. Luara enfrentou desafios diários, lidando com a frustração quando os resultados não eram os esperados. Com paciência e perseverança, ela buscou novas técnicas e se dedicou a cada treinamento, como se cada movimento fosse um passo para a liberdade que ela desejava.
Os programas de reabilitação a incentivaram a adaptar suas receitas favoritas, incorporando ingredientes que não apenas agradassem ao paladar, mas que também proporcionassem benefícios nutricionais para sua recuperação. A culinária se transformou em um ato de amor, não só para si mesma, mas para todos que a apoiaram durante sua jornada.
Um futuro saboroso pela frente
Hoje, Luara não apenas voltou à cozinha; ela a encontrou de novo como sua verdadeira paixão e vocação. Além de continuar se aprimorando como cozinheira, a jovem tem um sonho: compartilhar sua história e incentivar outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes. “Quero mostrar que, mesmo após uma grande queda, é possível se levantar e seguir em frente. A vida pode ser tão saborosa quanto um prato bem feito”, afirma Luara.
Reinventar-se é um processo que exige tempo e amor, e Luara Rangel Contessoto é a prova viva de que a superação é possível. Cada prato que ela prepara agora não é apenas comida; é uma celebração da vida, da força e da resiliência. E assim, com cada receita, Luara continua a se redescobrir, temperando o futuro com esperança e coragem.

