O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do partido União Brasil, anunciou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o crime organizado no Brasil, marcada para começar na próxima terça-feira (4). A decisão ocorre em um contexto alarmante, após a operação mais letal já registrada no Rio de Janeiro, onde quatro policiais e mais de cem pessoas perderam a vida durante confrontos nas últimas semanas.
A necessidade de uma CPI do crime organizado
Em seu comunicado, Alcolumbre afirmou: “Determinei a instalação da CPI do Crime Organizado para a próxima terça-feira, em entendimento com o senador Alessandro Vieira. A comissão irá apurar a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado, com foco na atuação de milícias e facções.” Segundo o presidente do Senado, é hora de unir todas as instituições do Estado brasileiro para enfrentar esses grupos criminosos e garantir a proteção da população diante da crescente violência.
Contexto e respaldo do Congresso
Na véspera do anúncio, Alcolumbre demonstrou preocupação com a grave situação no Rio de Janeiro, afirmando que o Congresso “acompanha, com atenção e preocupação, os graves acontecimentos registrados”. O Senado manifestou seu apoio às ações das forças de segurança no combate à criminalidade, reafirmando a necessidade de um esforço coletivo das instituições para proteger os cidadãos da violência que assola o país.
O comunicado também expressou solidariedade às famílias das vítimas, aos profissionais de segurança envolvidos e à sociedade fluminense, enfatizando que o Congresso Nacional estará atento ao desenrolar da crise e disponível para contribuir com soluções legislativas que fortaleçam a segurança pública e o combate ao crime organizado.
Ações imediatas do Senado
Como resposta aos recentes acontecimentos, o Senado aprovou um projeto de lei que altera dispositivos do Código de Processo Penal, modificando as regras para as audiências de custódia e prevendo a coleta de material genético de detidos suspeitos de integrar organizações criminosas. Essa iniciativa, de autoria do ex-senador Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal, foi incluída na pauta devido à urgência da situação.
O projeto determina que as prisões preventivas poderão ser decretadas quando houver fundamentação concreta em casos como participação em organização criminosa, uso reiterado de violência, e apreensão de grande quantidade de drogas ou armas. Além disso, torna possível converter prisões em flagrante em preventivas em casos de reincidência, violência, ou risco de fuga, entre outros.
Relato sobre audiências de custódia
O senador Sergio Moro foi o relator do projeto e destacou em seu relatório o histórico da aplicação das audiências de custódia, que foram regulamentadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2015. O principal objetivo desse instrumento é prevenir abusos durante as prisões em flagrante, garantindo que o preso tenha um contato direto com uma autoridade judicial.
Segundo Moro, “a coleta de material genético dos presos envolvidos em organizações criminosas e crimes de violência sexual deverá ocorrer durante a audiência de custódia ou, no máximo, em até 10 dias após a prisão”. Essa medida visa a facilitar as investigações e melhorar as condições de segurança pública do país.
Expectativas em relação à CPI
A instalação da CPI do crime organizado representa um passo importante para o enfrentamento da criminalidade no Brasil, que nos últimos anos tem passado por um crescimento significativo da violência e da atuação de facções criminosas. Com o apoio de diversas instituições e um discurso unificado em torno do combate à criminalidade, espera-se que a CPI possa trazer à tona informações relevantes e, consequentemente, contribuir para a elaboração de políticas públicas mais efetivas em segurança.
A expectativa é que, ao longo dos trabalhos da CPI, sejam apresentadas soluções concretas e efetivas para lidar com a estrutura complexa do crime organizado, promovendo assim o bem-estar e a segurança da população brasileira.
O Senado, por meio dessa iniciativa, reafirma seu compromisso em buscar melhorias na segurança pública e na proteção da vida dos cidadãos, diante do cenário desafiador que atualmente se apresenta.




