O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), fez uma proposta ao governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugerindo o envio de parte do efetivo policial paulista para realizar patrulhamento no Rio de Janeiro. A medida surge em meio a uma grave crise de segurança desencadeada por uma megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em um número alarmante de mortos e presos.
Contexto da proposta
Durante um evento em Brasília, o secretário Derrite afirmou que o foco principal da contenção da crise deve ser os esforços das forças estaduais do Rio de Janeiro. No entanto, ele destacou a possibilidade de apoio de São Paulo caso a situação exija um patrulhamento extra em áreas específicas. “Eventualmente, se houver necessidade do apoio das forças de segurança para patrulhamento em outras áreas, para que não haja prejuízo da atividade policial, isso pode ser feito”, disse Derrite.
Apoio de outros governadores
A proposta não é isolada, já que parece ter o respaldo de outros governadores de direita, como Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. Durante uma reunião nesta quarta-feira, estiveram presentes também Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás) e Mauro Mendes (Mato Grosso). Esses governadores discutiram a possibilidade de uma “troca de recursos estratégicos” que incluiria não apenas o deslocamento de policiais, mas também a transferência de profissionais da área de inteligência para auxiliar nas operações.
Próximas etapas
Está programado um encontro presencial no Rio de Janeiro, que deve acontecer na quinta-feira, 30, para discutir a questão com o governador fluminense, Cláudio Castro (PL). No entanto, Derrite não forneceu detalhes sobre a viabilidade do plano ou qualquer movimentação já realizada nesse sentido. Ele se licenciaria do cargo para relatar um projeto de lei no Congresso e, até o momento, não ficou claro se a proposta avançou.
Reações à operação policial
A megaoperação da terça-feira, 28, na Zona Norte do Rio, teve um desfecho trágico, com pelo menos 119 mortos e 113 presos, tornando-se a ação mais letal já registrada no estado e no país. O recorde anterior de fatalidades era do massacre do Carandiru, em 1992. Este cenário alarmante colocou a segurança pública em destaque, gerando debates acalorados sobre como lidar com a violência nas grandes cidades brasileiras.
Impasse na execução do plano
Indagado sobre a existência de um plano operacional concreto para a implementação do apoio, o segundo em comando da pasta de Segurança, delegado Osvaldo Nico Gonçalves, não soube responder e afirmou que “ainda não” havia um alinhamento claro sobre o assunto. Assim, a reportagem segue aguardando um posicionamento oficial do governo do estado em relação às discussões e possíveis ações futuras.
A situação de segurança no Rio de Janeiro continua a ser um tema complexo, que envolve não apenas a necessidade de estratégias de policiamento, mas também reflexões sobre políticas públicas e a mobilização de recursos entre os estados para enfrentar um problema que demandava consertos a curto e longo prazo.



