Brasil, 29 de outubro de 2025
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Saúde mental e autocuidado: o legado do Padre Rafael Sapato na IMBISA

Durante seu mandato, o diretor cessante fez esforço por cuidar da saúde mental de sacerdotes na África Austral.

Diante dos desafios enfrentados pela Igreja na África Austral, o Padre Rafael Baciano Sapato, diretor cessante da Associação Inter-regional dos Bispos Católicos da África Austral (IMBISA), compartilha sua experiência e as lições aprendidas em um seminário focado na saúde mental e autocuidado dos sacerdotes. A importância deste tema é cada vez mais reconhecida, especialmente em um contexto onde a saúde emocional de líderes religiosos se torna crucial para a vivência da fé.

Encontro em Pretória: saúde mental como prioridade

No ambiente acolhedor do Centro de Retiros Padre Pio, em Pretória, o Padre Sapato teve a oportunidade de refletir sobre sua trajetória e os desafios que precisam ser enfrentados. “Cheguei ontem a Pretória para este workshop sobre saúde mental e autocuidado para nossos sacerdotes da região”, revelou ele. “O ambiente está ótimo, os participantes estão entusiasmados. Começamos com a intervenção da Irmã Yvonne Sanyanga sobre ‘O peso do silêncio’ e o feedback é muito positivo. Valeu a pena vir.”

O seminário, que ocorre entre 27 e 31 de outubro, é uma oportunidade única para sacerdotes de diversos países da região trocarem experiências e refletirem sobre a importância do autocuidado. “Estamos aqui para despertar nossos sacerdotes e colaboradores pastorais sobre a necessidade de cuidar da saúde mental. O trabalho pastoral pode ser desgastante e, muitas vezes, esquecemos de cuidar de nós mesmos. A saúde mental é parte fundamental da nossa fidelidade ao ministério,” enfatizou o padre Sapato.

Três anos de liderança: continuidade e inovação

Após três anos à frente da IMBISA, o Padre Sapato encerra seu mandato e se prepara para retornar à sua diocese, em Lichinga, Moçambique. Ele mencionou as mudanças que ocorreram durante sua gestão e a importância do trabalho em equipe dentro do Secretariado. “Desenvolvemos a colaboração interna, criando um espaço inclusivo onde todos se sentem parte do Secretariado, incluindo toda a equipe de apoio,” destacou.

Um dos seus legados é a maior visibilidade da IMBISA. “As pessoas estão percebendo que a IMBISA está mais presente. Queremos que essa visibilidade se reflita na vida dos fiéis, promovendo uma Igreja mais próxima e sinodal,” afirmou o padre, com esperança e determinação.

Novos desafios e transições em vista

O Padre Sapato também reconhece que a IMBISA passa por um momento de transição, especialmente com a criação de uma nova sub-região que incluirá Malawi, Zâmbia e Zimbábue. “Isso me preocupa e interessa. Precisamos entender as implicações dessas mudanças para o futuro da IMBISA,” disse ele, conscientizando-se da importância das reestruturações em um contexto eclesial em constante evolução.

As palavras do bispo Dom Charles Kasonde, presidente da AMECEA, ecoaram as preocupações do Padre Sapato, enfatizando a relevância da solidariedade pastoral e da história de resiliência da IMBISA. “A sinodalidade, que é fundamental na espiritualidade africana, nos une na busca por um pastoreio mais comunitário e solidário,” acrescentou.

Retorno a Lichinga: fé e esperança para o futuro

Nascido em Mecanhelas, Niassa, o Padre Rafael Sapato retorna à sua diocese após quase três décadas de missões fora dela. Com um doutorado em Teologia e uma trajetória repleta de serviços e ensinamentos, ele representa um elemento de esperança e fé renovada. “Estou ansioso para levar adiante as experiências adquiridas e para continuar a trabalhar com a juventude e a comunidade em Lichinga,” afirmou.

Com uma visão voltada para o futuro e um desejo fervoroso de promover a saúde mental entre os sacerdotes, o Padre Sapato termina seu mandato com a certeza de que a missão da IMBISA e do cuidado pastoral deve continuar a prosperar. “A saúde mental é vital para que possamos servir de forma efetiva. Cada membro da Igreja deve se sentir apoiado e fortalecido,” finalizou.

O seminário não apenas serviu como um espaço de reflexão, mas também como um ponto de partida para ações concretas que busquem melhorar a saúde emocional dos sacerdotes na África Austral, alinhando-se à visão de uma Igreja que caminha junta, em solidariedade e sinodalidade.

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