Brasil, 30 de outubro de 2025
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Polícia Federal descarta participação em operação contra Comando Vermelho

Diretor-geral da PF revela consulta da PM sobre operação letal no Rio.

No Brasil, a segurança pública continua a ser um tema central nas discussões políticas e sociais. Recentemente, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, admitiu que houve uma consulta da Polícia Militar do Rio de Janeiro sobre a participação da PF em uma operação que culminou na prisão de integrantes do Comando Vermelho. No entanto, a PF decidiu que não seria apropriado entrar na operação, que é considerada a mais letal já realizada no estado, resultando em pelo menos 120 mortes.

A operação e a consulta da Polícia Militar

Em declaração feita nesta quarta-feira, Rodrigues explicou que houve contato prévio entre a inteligência da Polícia Militar e a unidade da PF no Rio de Janeiro, com o intuito de discutir a possibilidade de colaboração. “Houve um contato anterior do pessoal da inteligência da Polícia Militar com a nossa unidade do Rio de Janeiro, para ver se haveria a possibilidade de atuar em algum ponto nesse contexto”, informou Rodrigues. Contudo, após a análise do planejamento operacional da operação, a PF concluiu que sua participação não era adequada.

Implicações políticas e críticas ao governo federal

Esta revelação foi a primeira vez que uma autoridade governamental federal confirmou ter sido consultada sobre a operação que gerou um alto número de fatalidades. A crise de segurança no Rio de Janeiro culminou em uma acirrada disputa política entre a gestão do governador Cláudio Castro e a administração do presidente Lula. Castro, em entrevista, criticou a falta de cooperação do governo federal no combate ao crime organizado, mencionando que três pedidos de blindados foram negados pela nova gestão.

Por outro lado, integrantes do governo federal argumentam que o fornecimento de equipamentos militares está condicionado à ativação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e destacam que a Força Nacional já está atuando no estado desde o início de 2023. Essa divergência revela um cenário complexo em que a segurança pública é entrelaçada com políticas partidárias e decisões estratégicas entre os níveis de governo.

Os motivos para a não participação da PF

Rodrigues também comentou que, apesar de a PF ter um conhecimento geral do planejamento da operação, não havia “nenhuma atribuição legal para participar”. O diretor-geral ressaltou que a PF mantém seu foco em investigações e trabalhos de inteligência, e afirmou, “nossa equipe do Rio de Janeiro, a partir da análise geral do planejamento, entendeu que não era o modo como a PF atua normalmente.” A operação em questão envolvia mais de 100 mandados de prisão e era de competência da Polícia Militar do estado.

Ele acrescentou que a PF não foi oficialmente informada sobre o quando a operação seria deflagrada. “O meu superintendente comunicou que a participação da PF havia sido descartada. A deflagração dessa operação não nos foi comunicada”, esclareceu Rodrigues.

O papel da comunicação em operações de grande escala

Por fim, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, fez um alerta sobre a importância da comunicação em níveis mais altos entre os governantes em situações tão críticas. “A comunicação entre governantes deve ocorrer dentro de uma hierarquia mais elevada. Uma operação desse porte não pode ser acordada por segundo ou terceiro escalão”, enfatizou o ministro. Ele ainda sugeriu que, se a operação exigisse intervenção do governo federal, o presidente ou o ministro da Justiça deveriam ter sido informados adequadamente.

O cenário de conflitos entre os níveis de governo e a complexidade das operações policiais destaca a necessidade de uma integração mais eficiente na luta contra o crime, especialmente em estados com históricos de violência intensa como o Rio de Janeiro. A discussão sobre comunicação, cooperação e responsabilidades entre as esferas de poder seguirá sendo um ponto crucial nas pautas de segurança pública do Brasil.

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