As eleições de 2024 em São Paulo trouxeram não apenas mudanças na formação da Câmara Municipal, mas também uma nova dinâmica política com vistas ao futuro. Ao menos 22 dos 55 vereadores eleitos estão se preparando para concorrer a cargos na Câmara Federal, Senado ou Assembleia Legislativa em 2025. Isso inclui alguns dos nomes mais influentes e votados da última eleição municipal, que pode redefinir o cenário político do estado.
A corrida dos vereadores por novas posições
Dentre os vereadores que já manifestaram interesse em uma nova candidatura, destaca-se Lucas Pavanato (PL), que foi o vereador mais votado em 2024, conquistando 161 mil votos. Pavanato, que se tornou conhecido como Youtuber com uma postura conservadora, já protocolou vários projetos de lei relevantes, incluindo um que trata da regulamentação de órtese para natimortos. A assessoria do vereador confirmou que ele deverá se candidatar a deputado federal nas próximas eleições.
O PL vê em Pavanato uma esperança para atrair votos significativos para a Câmara, especialmente em um cenário onde outros nomes importantes, como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, não estarão disponíveis para a disputa. “Ainda não há uma confirmação oficial sobre a candidatura do Lucas Pavanato, mas a intenção é que ele concorra a deputado federal”, revelou sua assessoria, demonstrando otimismo sobre sua influência e popularidade.
Esquerda também se movimenta
No campo oposto, Luna Zaratini (PT) está se preparando para uma possível candidatura à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Reeleita com 100,9 mil votos, Luna se destacou como a vereadora mais votada do partido e a sétima da cidade nas últimas eleições. Sua atuação na Câmara inclui 14 projetos de lei, sendo um deles em homenagem à memória de Sophia Gomide, brutalmente assassinada em um caso que remete a questões graves de violência de gênero.
Planos de outros vereadores
Outros nomes de destaque que estão de olho em novos cargos incluem Ana Carolina Oliveira (Podemos) e Sargento Nantes (PP), ambos com a intenção de concorrer a deputado federal. Rubinho Nunes (União), que buscará uma vaga na Alesp, também é parte desse movimento. Zoe Martines (PL), uma imigrante cubana que defende políticas conservadoras, também está entre os candidatos que tentará conquistar um novo espaço político, especialmente após sua crescente popularidade entre os eleitores mais conservadores.
No entanto, essa transição não é exclusiva de um espectro político. Janaina Paschoal (PP) expressou seu interesse em pleitos majoritários, indicando que está aberta a candidaturas ao Senado ou a formar uma chapa para as eleições. “Não concorrerei a deputada, coloquei meu nome à disposição do PP para concorrer ao Senado ou para compor chapa”, afirmou.
Vereadores em busca de novos mandatos
Além dos já citados, uma série de outros vereadores está se preparando para as próximas eleições. Amanda Vettorazzo (União), cotada para o Senado pelo partido Missão, e André Santos (Republicanos) são apenas alguns dos nomes que visam o fortalecimento de suas carreiras políticas. Outras figuras influentes, como Thammy Miranda (PSD) e Carlos Bezerra Jr. (MDB), também estão posicionando-se para disputar vagas na Alesp.
Em meio a esse cenário competitivo, vale lembrar que, conforme a Lei Eleitoral, os parlamentares não precisam se afastar de seus mandatos atuais para concorrer, o que significa que, se não forem eleitos, podem voltar às suas funções, ao contrário dos candidatos que ocupam cargos executivos.
Essas movimentações refletem um desenrolar intrigante da política paulistana e do Brasil como um todo. O que se observa agora é uma ascensão de novos rostos e candidatos que estão prontos para contestar as velhas práticas e oferecer suas visões para o futuro. À medida que as eleições se aproximam, o eleitorado também formará uma nova visão sobre quem representa seus interesses na cena política atual.



