Oscar Magrini é uma das figuras mais icônicas da dramaturgia brasileira, acumulando 35 anos de carreira, 40 novelas, 28 filmes e 17 peças teatrais em seu currículo. Carismático e admirado tanto nas telas quanto nos palcos, o ator revela uma trajetória marcada pela disciplina, persistência e amor à arte, características que o acompanham desde o início de sua jornada no teatro. Aqui, ele compartilha suas memórias e reflexões sobre carreira e o novo panorama artístico no Brasil.
A busca pelo sonho
Desde o início, a carreira de Magrini foi repleta de desafios. Ele recorda suas experiências subindo e descendo a serra entre Santos e São Paulo para aprimorar sua técnica teatral. “Subia e descia a serra todos os dias, sem ganhar nada. Só a vontade de aprender já valia o esforço”, relembra. Antes de seus primeiros sucessos, o ator conciliava aulas de ginástica, trabalhos como modelo e seu anseio por atuar. A virada em sua carreira aconteceu em 1990, quando conquistou seu primeiro papel profissional no teatro, mesmo sem ter o registro profissional (DRT). “Eu não tinha registro, mas tinha coragem, e foi isso que me trouxe até aqui”, destaca ele.
Personagens marcantes
Durante sua carreira, Oscar Madgrini interpretou papéis que se tornaram inesquecíveis. Um dos destaques foi o personagem Ralf, de “O Rei do Gado”, que inicialmente estaria destinado a morrer no capítulo 30, mas devido ao sucesso com a audiência, permaneceu até o 135º capítulo. “Era para morrer no começo, mas o público gostou e fiquei até o 135º capítulo. Isso é mérito de trabalho e dedicação”, conta Magrini, reforçando sua visão sobre a importância do reconhecimento do público.
Um ator multifacetado
Aos 64 anos, Oscar continua atuando intensamente, equilibrando sua carreira entre teatro, cinema e redes sociais. Recentemente, ele estreou dois longas-metragens que estão em exibição no Brasil: “A Palavra”, de Guilherme de Almeida Prado, e “Estranhos na Noite”, de Walter Neto. Além disso, finalizou as gravações de “Deixe-me Viver”, que tem previsão de lançamento para 2025. “Intensa! (risos) Fiz ‘Gatão de Meia Idade’, fiquei quase três anos em cartaz e depois emendei ‘Boi Voador’ e agora ‘Troca Troca’, que viajou o Brasil inteiro”, menciona o ator sobre sua rotina de trabalho.
Reflexões sobre a carreira
Com uma vasta experiência na indústria do entretenimento, Oscar Magrini criou o projeto “Papo com Magrini”, para compartilhar com o público os bastidores de sua vida como artista e propagar discussões sobre carreira e a vida artística. “A internet aproxima quem está longe e distancia quem está ao lado, mas é uma ferramenta de trabalho. Eu brinco na internet, mas a coisa é séria”, diz ele, destacando sua intenção de utilizar as redes sociais de maneira construtiva.
A nova geração de artistas
Oscar também comentou sobre como enxerga a nova geração de atores e influenciadores. “O mercado mudou muito com a chegada da internet. Hoje, quem tem visibilidade pode ganhar espaço rapidamente e isso é positivo, mas também percebo que talentos preparados e bem formados podem perder oportunidades para quem possui um grande número de seguidores” observa. Segundo ele, o equilíbrio é fundamental: “O que sustenta uma carreira longa é o trabalho bem feito e não apenas os números”, enfatiza, promovendo a ideia de que a dedicação e o preparo são essenciais para o sucesso a longo prazo.
Oscar Magrini é, sem dúvida, uma referência na dramaturgia brasileira, e sua trajetória inspiradora é um testemunho de que a persistência e o amor pela arte são fundamentais no cenário artístico. Mesmo com os desafios do presente, ele continua se adaptando e inovando, sempre em busca de novas histórias para contar e novas experiências para viver.


