Brasil, 29 de outubro de 2025
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Ministros se reúnem no Rio após operação letal contra o crime

Encontro discutirá consequências da Operação Contenção, que deixou mais de 130 mortos na capital fluminense.

Os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo; e da Igualdade Racial, Anielle Franco, seguirão para o Rio de Janeiro às 15h desta quarta-feira (29). O objetivo da visita é realizar uma reunião com o governador do estado, Cláudio Castro. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também integrará a comitiva. A confirmação foi feita por Lewandowski após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu na manhã do mesmo dia.

Discussão sobre a Operação Contenção

A reunião com o presidente, que ocorreu no Palácio da Alvorada, teve como foco a Operação Contenção, realizada na terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense. O encontro durou cerca de três horas e contou ainda com a presença de outros membros do primeiro escalão do governo.

Durante a coletiva de imprensa desta manhã, o ministro Lewandowski anunciou que oferecerá assistência da Polícia Federal e da Força Nacional com peritos criminais e médicos legistas para auxiliar na identificação dos corpos, uma tarefa complicada, uma vez que mais de 130 mortes foram confirmadas e muitos corpos ainda estão sendo recuperados pelos moradores das comunidades afetadas.

A repercussão da operação

O governador do Rio de Janeiro, em declarações à imprensa, considerou a operação “um sucesso”, ao mesmo tempo em que lamentou as mortes de quatro policiais durante a ação. É importante notar, no entanto, que a operação chamou a atenção por sua letalidade. Ao que tudo indica, ela se tornou a mais mortal da história das intervenções de segurança no estado.

O ministro da Justiça comentou que não houve solicitação por parte de Castro para a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que poderia ampliar as medidas de segurança caso fosse necessário. A decisão sobre este tipo de ação caberia ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Impacto da operação e a resistência dos criminosos

A Operação Contenção foi promovida com a intenção de combater o Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais ativas do Rio. No entanto, em resposta à ação policial, grupos criminosos efetuaram bloqueios em 35 ruas da cidade, utilizando veículos, latões de lixo, barricadas e até mesmo pilhas de materiais em chamas como forma de protesto contra a operação. Especialistas têm argumentado que essas ações, longe de efetivamente combater o crime organizado, apenas intensificam a violência na cidade.

Além disso, após a operação, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, atendeu ao pedido do governador para que fosse promovida a transferência de 10 detentos implicados nas ações que provocaram o caos na cidade para presídios federais. Essa medida visa tentar desmantelar a organização criminosa que opera tanto dentro quanto fora do sistema prisional.

A luta contra a criminalidade no Brasil

A Operação Contenção reflete um contexto muito mais amplo da luta contra a criminalidade no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, onde a violência e a corrupção têm raízes profundas e complexas. As recentes ações policiais têm gerado um debate intenso sobre as melhores estratégias para garantir a segurança da população sem comprometer os direitos humanos.

O futuro das operações policiais na cidade está em discussão, especialmente considerando a reação da população e a eficácia das estratégias de combate ao crime. Enquanto alguns defendem abordagens mais musculosas e a presença do estado em áreas violentas, críticas apontam que essas ações têm levado a uma escalada de mortes e um aumento nas tensões entre a polícia e a comunidade.

Com a expectativa de novas diretrizes após as reuniões entre os ministros e o governador, a sociedade civil e os especialistas em segurança pública aguardam ansiosamente por respostas que possam realmente fazer a diferença na vida dos cidadãos fluminenses, buscando uma solução para o cenário caótico que se perpetua há anos na região.

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