Brasil, 29 de outubro de 2025
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Ministro da Justiça critica megaoperação violenta no Rio

Nesta quarta-feira (29/10), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fez declarações preocupantes sobre a megaoperação realizada nas comunidades do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na terça-feira (28/10). Com mais de 130 mortes, o evento foi classificado como a operação mais letal da história do estado, gerando forte repercussão nas esferas política e social.

A crítica ao método da operação

Durante uma coletiva de imprensa, que se seguiu a uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, Lewandowski comentou sobre a necessidade de investigar em detalhe o resultado da operação.

“Nós vamos ao Rio de Janeiro examinar in loco, verificar qual é o número de mortos, de feridos, quem foi atingido efetivamente. A primeira impressão que se tem é óbvia, de que foi uma operação extremamente cruenta, extremamente violenta, e vamos pensar se esse tipo de ação é compatível com o Estado Democrático de Direito”, afirmou o ministro.

O encontro incluiu também a presença de diversas autoridades, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e os ministros de diversas pastas, incluindo Defesa, Casa Civil e Direitos Humanos. Estes líderes discutiram as implicações desse evento e as possíveis ações que o governo poderia tomar para lidar com a crise.

Impacto social e visual da operação

A megaoperação chamou atenção não apenas pelo número de vítimas, mas também pelas imagens que começaram a circular nas redes sociais, mostrando a situação das comunidades afetadas. Com isso, surgiram protestos e indignação popular frente à resposta das autoridades diante do problema da violência no Rio.

A situação se agravou após o ex-deputado federal pelo RJ e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo, criticar a ação através das redes sociais, afirmando que a metodologia empregada não é aceitável em uma democracia. A repercussão levou a um aumento no efetivo policial na região, buscando aumentar a segurança e acalmar a população.

Reação do governo e próximos passos

Lewandowski também mencionou que o governo federal não foi previamente informado sobre a operação. A falta de comunicação entre as esferas federal e estadual gerou uma crítica interna ao processo decisório quanto ao uso da força e estratégias de combate ao crime organizado.

“O presidente Lula ficou estarrecido com a quantidade de mortes e pediu um levantamento minucioso do que ocorreu”, ressaltou o ministro. Ele acrescentou que a prioridade é agora entender como as operações estão sendo conduzidas e quais os métodos mais adequados e humanos para se lidar com a segurança pública.

Além disso, o ministro se disse disponível para colaborar com o governador do Rio, Cláudio Castro, oferecendo suporte como a disponibilização de vagas no sistema prisional federal para lideranças de facções criminosas, além de efetivos das forças federais e perícia especializada. O objetivo é estabelecer uma abordagem mais coordenada e eficaz no combate à criminalidade.

Uma comitiva do governo federal, composta pelos ministros da Justiça, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, além do diretor-geral da PF, deve embarcar para a capital fluminense ainda nesta quarta-feira, buscando alinhar esforços e verificar a situação local. Contudo, não há previsão de visita do presidente Lula ao Rio até o momento.

A situação nas comunidades do Rio de Janeiro continua tensa, e a população clama por soluções que priorizem a segurança sem deixar de lado os direitos humanos, evidenciando a complexidade que envolve o combate ao crime na maior cidade do Brasil.

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