A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) está no centro de uma controvérsia que pode impactar suas futuras diretrizes eleitorais. A suíça Laura Villars, que foi impedida de se candidatar à presidência da FIA, decidiu levar o caso à Justiça, desafiando as regras impostas para as eleições. As alegações dela sugerem que as normas excluem potenciais opositores, prejudicando a democracia dentro da entidade que rege o automobilismo mundial.
Controvérsia sobre regras eleitorais
A eleição para a presidência da FIA está marcada para 12 de dezembro no Uzbequistão e, na última quarta-feira, Villars apresentou uma convocação para uma audiência de urgência no tribunal de Paris. O pedido solicita que a Justiça ordene a suspensão da eleição até que o mérito da disputa seja analisado e julgado. Segundo a argumentação apresentada, as regras atuais criam barreiras significativas para qualquer rival que queira contestar a candidatura do atual presidente, o emiradense Mohammed Ben Sulayem.
A gestão de Mohammed Ben Sulayem
Mohammed Ben Sulayem, que assumiu a presidência da FIA em 2021 após 12 anos de mandato de Jean Todt, tem enfrentado críticas constantes. O novo presidente é visto por muitos como alguém que centralizou o poder ao modificar estatutos importantes da entidade. Desde que assumiu, ele promoveu mudanças que, segundo opositores, limitam a possibilidade de competição nas eleições, levando, assim, à insatisfação entre os potenciais candidatos.
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Outras candidaturas e reações
Desde que a disputa pela presidência começou, outros possíveis candidatos, como o americano Tim Mayer, também fizeram suas movimentações. Mayer lançou sua candidatura criticando diretamente a administração de Ben Sulayem, prometendo reverter as mudanças estatutárias que considera prejudiciais para a FIA. No entanto, a FIA defendeu suas regras, afirmando que “a eleição presidencial é um processo estruturado e democrático, que garante justiça, transparência e integridade em todas as etapas”.
As declarações da FIA, embora enaltecidas, foram vistas com ceticismo por Villars e seus apoiadores, que acreditam que a transparência e a democracia interna da entidade estão ameaçadas com as atuais normas eleitorais.
A importância do caso
A decisão da Justiça em Paris pode ter implicações significativas não apenas para Laura Villars, mas também para a governança interna da FIA. Se a Justiça decidir a favor da suspensão das eleições, isso poderá abrir caminho para uma revisão das regras e potencialmente revitalizar a democracia dentro da organização, permitindo que mais vozes e candidatos sejam ouvidos e tenham a chance de se candidatar.
Ben Sulayem é o primeiro presidente não europeu na história da FIA, eleito com 63% dos votos. Sua gestão, marcada por um equilíbrio complicado entre inovação e crítica, precisa agora enfrentar essas novas alegações, o que poderá moldar o futuro do automobilismo internacional.
Nascido em Dubai, Sulayem, que já foi um bem-sucedido piloto de rally no Oriente Médio, conquistou 14 títulos regionais entre 1988 e 1995. Sua transição para a liderança da FIA tem sido observada de perto, dada a sua história e influência na comunidade automobilística global.
O desfecho desse caso pode não apenas determinar o futuro próximo da FIA, mas também estabelecer precedentes para como as associações esportivas devem conduzir seus processos eleitorais, promovendo a inclusão e a equidade entre todos os seus associados.
Mais informações sobre esse caso e seus desdobramentos devem ser acompanhadas, conforme a audiência se aproxima e as partes envolvidas se preparam para os próximos passos.


