Brasil, 29 de outubro de 2025
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Indústria de IA aposta na fusão nuclear como grande avanço energético

Investimentos crescentes e progresso técnico aceleram a esperança de energia limpa e ilimitada até meados da próxima década

A evolução do setor de inteligência artificial (IA) está impulsionando uma nova corrida pelo desenvolvimento da fusão nuclear, uma fonte de energia limpa e potencialmente inesgotável. Empresas e investidores de peso, incluindo fundadores de gigantes tecnológicas, estão apostando bilhões na realização de uma revolução energética que pode transformar o futuro do planeta.

Por que a fusão nuclear atrai o setor de IA

O interesse da indústria de IA na fusão nasce da necessidade de fontes de energia cada vez mais eficientes para suportar centros de dados massivos e sistemas de inteligência artificial avançados. Segundo um relatório da Fusion for Energy, o financiamento destinado ao setor saltou de US$ 1,7 bilhão em 2020 para US$ 15 bilhões em setembro de 2025. Essa corrida de capital reflete o otimismo de que, em breve, a tecnologia possa gerar energia de forma confiável.

“A possibilidade de obter energia limpa e abundante é fundamental para sustentar o crescimento exponencial da IA”, afirma Troy Carter, diretor do laboratório Oak Ridge National, especializado em energia de fusão.

Avanços recentes e objetivos ambiciosos

Recentemente, a tecnologia deu passos importantes, principalmente com o avanço de laboratórios como o Lawrence Livermore, que em 2022 conseguiu produzir mais energia do que consumiu na reação de fusão — o chamado ponto de virada conhecido como scientific break-even. Contudo, alcançar a viabilidade comercial, chamado de engineering break-even, ainda é o próximo grande desafio.

Entre os players do mercado, a Helion Energy, fundada em 2013, se destaca por seu cronograma agressivo: espera fornecer energia comercial já em 2028, a partir de uma usina em Malaga, Washington, cujo início de construção ocorreu em julho passado. A empresa assinou contrato para vender 50 megawatts de energia à Microsoft, com penalidades financeiras caso não cumpra o prazo.

Como a fusão da Helion funciona

Ao contrário de usinas convencionais que geram energia por meio da vaporização de água, a Helion planeja usar colisões de plasma em alta velocidade, aproximadamente um milhão de milhas por hora. Essas colisões desencadiam a fusão nuclear e perturbam campos magnéticos, produzindo energia elétrica de forma eficiente. Atualmente, seu sistema já recupera cerca de 96% da energia empregada, levando-os perto do ponto de equilíbrio energético.

Visão de futuro

O CEO da Helion, David Kirtley, acredita que o objetivo é acelerar a implantação de usinas de fusão em escala global, com uma fábrica de geradores por dia, uma ideia ambiciosa que, se concretizada, poderá revolucionar a matriz energética mundial. Especialistas como Troy Carter acreditam que essa velocidade de avanço pode colocar a fabricação de plantas de fusão no mercado até meados da década de 2030, trazendo uma energia sustentável e livre de emissões de carbono.

Impactos e possibilidades futuras

Se a fusão nuclear se consolidar como uma fonte viável de energia comercial, o impacto será profundo: uma alternativa de fornecimento energético ilimitado, sem os resíduos radioativos de fissão nuclear e sem as variações sazonais das energias solar e eólica. Além disso, a colaboração entre IA e pesquisa em plasma acelera a resolução de obstáculos técnicos. Como observa Nuno Loureiro, do MIT, a inteligência artificial tem facilitado o enfrentamento de problemas complexos na física do plasma.

Com o apoio de grandes investidores e o avanço da ciência, o setor das fusões está cada vez mais próximo de uma revolução energética que pode mudar radicalmente o cenário global, reduzindo custos, emissões e possibilitando uma era de crescimento sustentado e sustentável.

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