O Ibovespa encerrou a quarta-feira em alta de 0,82%, atingindo 148.633 pontos e consolidando seu terceiro recorde consecutivo em 2025. Durante o dia, o índice chegou a superar os 149 mil pontos pela primeira vez na história, impulsionado por perspectivas otimistas no cenário internacional e fatores internos, como balanços corporativos positivos.
Impacto das decisões do Federal Reserve e clima global favorável
A recente redução da taxa de juros pelo Federal Reserve, que agora está entre 3,75% e 4%, também contribuiu para o avanço do mercado acionário brasileiro. Segundo o relatório do Santander, a Bolsa negocia a um múltiplo de 8,3 vezes, indicando que em pouco mais de oito anos os investidores recuperariam seus aportes apenas com os lucros das empresas. Este valor está abaixo da média histórica de 11 vezes, o que atrai investidores estrangeiros.
O clima de otimismo foi reforçado pela expectativa do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, marcado para esta semana, que pode resultar em um novo acordo comercial. Além disso, as negociações entre os EUA e o Brasil também ajudam a elevar o índice, numa conjuntura de melhoria do sentimento de risco, com fluxo intensificado de capitais estrangeiros para a Bolsa brasileira.
Perspectivas de resultados corporativos e avaliação do mercado
Segundo Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, a valorização reflete uma continuidade do bom cenário externo, impulsionada pelo bom desempenho da temporada de resultados do terceiro trimestre, que apresenta números positivos. Além disso, a desvalorização do dólar, que já está perto de 10% frente a moedas fortes, torna os ativos brasileiros mais atrativos.
Gustavo Bertotti, gestor da Fami Capital, aponta que a aproximação do encontro entre Trump e Xi, assim como as negociações com o Brasil, contribuem para o aumento do apetite por ativos de risco na Bolsa. “Uma maior estabilidade no diálogo entre Estados Unidos e China melhora o clima de risco global, beneficiando o mercado local,” afirma Bertotti.
Reação do mercado e atenção às incertezas
Apesar do bom desempenho, o ritmo do índice perdeu fôlego após declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que não confirmou um novo corte de juros em dezembro. Powell ressaltou que o equilíbrio de riscos mudou e que a política monetária não é pré-determinada. Sua fala fez as bolsas de Nova York revertessem para o negativo.
Na moeda local, o dólar fechou em ligeira baixa de 0,03%, valendo R$ 5,35, após uma rodada de volatilidade resultante do discurso de Powell. Especialistas, como Felipe Tavares, destacam que a incerteza sobre os próximos passos do Fed gera volatilidade e mantém o mercado atento às próximas decisões de política monetária nos Estados Unidos.
Com a continuidade dos fatores positivos, o mercado brasileiro mantém a esperança de que o índice possa se consolidar acima de 150 mil pontos nos próximos dias, com a atenção voltada para o cenário externo e os balanços das empresas.


