Brasil, 29 de outubro de 2025
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Governo envia comitiva ao Rio para tratar crise de segurança

Ministros se reúnem com governador Claudio Castro após operação letal contra o crime organizado no estado.

Na quarta-feira, os ministros Ricardo Lewandowski, da Justiça, Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, viajarão ao Rio de Janeiro para discutir a grave crise de segurança com o governador Claudio Castro. A comitiva federal foi autorizada após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada no Palácio da Alvorada.

Operação letal e críticas à falta de apoio

A visita dos membros do governo federal ocorre na esteira de uma das operações mais letais já realizadas pelas forças policiais do estado, resultando na morte de pelo menos 120 pessoas. A operação teve como foco a execução de mandados de prisão contra integrantes da facção criminosa Comando Vermelho. Na véspera da viagem, o governador Claudio Castro expressou em entrevista a sua insatisfação com a falta de cooperação por parte do governo federal.

Em uma reunião emergencial no Palácio do Planalto, que ocorreu na noite anterior, o governo federal decidiu autorizar a transferência de presos para penitenciárias federais de segurança máxima, a pedido de Castro. O governador buscou se comunicar diretamente com o Planalto por telefone, oferecendo-se para ir a Brasília debatendo sobre a situação no Rio. No entanto, a cúpula do governo optou por se deslocar até o Rio para as tratativas necessárias.

Ações e integração no combate ao crime organizado

Ricardo Lewandowski, após a reunião no Alvorada, afirmou que o governo federal disponibilizou vagas em presídios federais para a transferência de criminosos e está disposto a proporcionar assistência em áreas técnicas, como peritos criminais e médicos, além de um banco de dados de DNA. Ele enfatizou que o crime organizado está se tornando cada vez mais sofisticado, o que exige não apenas ação com força bruta, mas também inteligência e coordenação entre as diferentes forças de segurança.

A situação se complica, pois muitos dados sobre os acontecimentos são incompletos, e as informações disponíveis ainda são limitadas. Do ponto de vista do Palácio do Planalto, foi visto como um erro do governador Claudio Castro tentar enfrentar a facção criminosa Comando Vermelho apenas com as tropas locais. Castro criticou publicamente a administração de Lula, afirmando que o estado estava “sozinho” nessa luta e que seus pedidos de apoio logístico, incluindo a solicitação de veículos blindados, foram negados em três ocasiões. O Ministério da Defesa, por sua vez, registrou que o fornecimento de blindados pode ocorrer somente em situações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que requerem um decreto do presidente da República.

Planejamento e coordenação como chave para o enfrentamento

Com o aumento da violência, o governo federal propõe um planejamento integrado entre as polícias do Rio de Janeiro, a Polícia Federal, o Exército e o Ministério da Justiça, focando na troca de informações de inteligência. As orientações internas visam que o governo federal não eleve o tom de críticas ao governador Claudio Castro, mas procure uma forma de fortalecer a colaboração, evitando assim um ambiente de rivais políticos.

Ministros no Palácio do Planalto defendem que a participação do governo federal deve ocorrer não só no planejamento, mas também na execução de ações policiais no Rio de Janeiro, em vez de simplesmente emprestar equipamentos. Este tipo de integração e colaboração é visto como vital para um enfrentamento mais eficaz da violência e do crime organizado, que têm ameaçado a segurança e a paz social no estado.

À medida que esse cenário se desdobra, a expectativa é de que a visita dos ministros e o diálogo estabelecido contribuam para a formulação de estratégias mais eficazes no combate à criminalidade, beneficiando não apenas o Rio de Janeiro, mas também a segurança pública em todo o país.

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