Na manhã desta quarta-feira (29/10), durante uma coletiva de imprensa, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou a recente megaoperação de segurança pública no estado como um “sucesso”. Com um saldo trágico de 70 mortos, incluindo quatro policiais, o governador não hesitou em afastar possíveis críticas e reafirmar o comprometimento da equipe de segurança. “Quanto a vítimas, só houve policiais”, declarou Castro, enfatizando que não haverá espaço para lamentações, mas sim para o trabalho em prol da segurança pública.
A operação
Deflagrada na manhã de terça-feira (28/10), a megaoperação tinha como objetivo desarticular a estrutura do Comando Vermelho (CV), a principal facção do tráfico de drogas no Rio. O plano incluía a apreensão de fuzis e armas que estavam em posse dos criminosos. De acordo com os números oficiais, pelo menos 64 pessoas foram mortas durante as ações, um recorde para operações desse tipo na histórica segurança pública do estado.
Consequências e reações
Entre os mortos, encontram-se quatro policiais – dois civis e dois militares. O governador informou que esses agentes foram vítimas de “narcoterroristas” durante a Operação Contenção, um esforço classificado por ele como um marco no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. Neste contexto, Castro insistiu que a segurança pública e a proteção da população estão em primeiro lugar, definindo a operação como um “dia histórico” para a Polícia Civil do RJ (PCERJ).
Além do alto número de mortos, a operação resultou em 81 prisões. O governo fluminense justificou a letalidade da ação como necessária para reforçar o controle sobre o tráfego de drogas e a violência que assola a região. A reação da comunidade e das entidades de direitos humanos, no entanto, ainda está se formando diante da tragédia e das repercussões que a operação trouxe.
Declarações do governador e a política à parte
Cláudio Castro também fez questão de cravar sua posição em relação a possíveis críticas de ministros e secretários que tentam transformar as ações em uma disputa política. “Não vamos escutar aqueles que querem transformar isso em um campo de batalha política. O nosso único recado é: suma; ou soma ou suma. A população quer uma solução para o dia a dia”, enfatizou o governador.
Em resposta às criticas, muitos especialistas em segurança pública ressaltam a necessidade de avaliações críticas sobre o uso da força e os impactos das operações policiais nas comunidades, além de enfatizar que ações como essas devem vir acompanhadas de estratégias quadradas e colaborativas que incluem a comunidade e abordagens sociais de longo prazo.
Considerações finais
Embora o governo tenha declarado a operação como um sucesso, a realidade das consequências e do elevado custo humano será um tema debatido nas próximas semanas. Enquanto isso, as vozes da oposição e dos defensores dos direitos humanos ressurgem, clamando por medidas de segurança que respeitem a vida e os direitos de cada cidadão.
O resultado dessa operação e os seus desdobramentos garantirão uma significativa discussão sobre o modelo de segurança pública no Brasil. As autoridades competentes deverão responder não apenas à pressão por resultados imediatos, mas pela rendição de um modelo que forneça segurança, justiça e dignidade para todos os cidadãos.
