Brasil, 30 de outubro de 2025
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Famosos reagem à megaoperação policial no Rio de Janeiro

A operação deixou ao menos 132 mortos e gerou forte repercussão nas redes sociais.

Uma megaoperação policial, realizada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, resultou na morte de ao menos 132 pessoas e provocou uma forte reação de artistas e jornalistas nas redes sociais. Essa ação é considerada a mais letal da história do estado e levantou um debate sobre a eficácia e a ética das operações policiais em comunidades.

A repercussão nas redes sociais

Várias personalidades criticaram a atuação das forças de segurança, questionando a seletividade das operações nas favelas. Na bancada do programa “Bom Dia Brasil”, a jornalista Míriam Leitão descreveu a operação como “mal planejada” e “desastrosa”, pontuando a elevada letalidade e a falta de preparo do governo estadual. “As palavras são ‘tragédia’ e ‘desastrosa’. Essa operação foi desastrosa”, disse a jornalista, enfatizando que, se tivesse havido um planejamento adequado, os eventos não teriam ocorrido da forma como aconteceram.

A atriz Débora Bloch, conhecida por seu papel em ‘Vale Tudo’, também se manifestou. Ela publicou um vídeo da deputada federal Benedita da Silva (PT) e expressou seu descontentamento em relação à abordagem policial. “A maior chacina do estado do Rio de Janeiro não é política de segurança, é política de extermínio”, afirmou a atriz, levantando questões sérias sobre a situação da segurança pública no Brasil.

Críticas à operação e seus efeitos

A jornalista e apresentadora Rachel Sheherazade uniu-se às críticas, chamando a operação de “desastrosa” e “sangrenta”. “A polícia entrou para cumprir 100 mandados de prisão, não para cometer 60 execuções”, criticou. Ela destacou que a violência frequentemente atinge os moradores de comunidades periféricas, referindo-se a uma realidade que, segundo ela, é muitas vezes ignorada pela sociedade. “Essas pessoas não têm nome, não têm rosto e, principalmente, não têm dinheiro. Morrendo muitos, ainda assim, não farão falta. Assim pensam alguns”, disse.

A influenciadora Agatha Sá, que está morando no Rio há dois anos e meio, também compartilhou sua experiência nas redes sociais, dizendo que sentiu medo pela primeira vez. A sensação de pânico se espalhou por várias áreas, e muitos residentes se sentiram inseguro em suas próprias casas.

As consequências da operação

O cantor João Gomes descreveu o clima caótico enquanto gravava um projeto musical no Rio, afirmando: “Na saída da locação, eu vim com meu assessor. Bizarro, velho. Dizem que começaram a atirar do nada”. Ele compartilhou vídeos nas redes sociais que mostravam ruas desertas, expressando sua preocupação com a situação.

O escritor Itamar Vieira Junior usou suas redes sociais para criticar a normalização da violência, perguntando: “Alguém consegue dormir tranquilo depois do banho de sangue promovido pelo governador do Rio de Janeiro?”. A desembargadora e escritora Andrea Pachá também lamentou o alto número de mortes, ressaltando a gravidade da situação: “Terça-feira. Dia. 64 mortos. Quem não se escandaliza com essa realidade nem gente é”.

A Secretaria de Segurança Pública declarou que a operação tinha como objetivo cumprir 100 mandados de prisão contra membros do Comando Vermelho. Foram apreendidos 93 fuzis e 81 pessoas foram presas. No entanto, moradores das comunidades denunciaram as condições alarmantes em que se encontraram, com corpos deixados nas ruas e praças.

Protestos e mobilização da comunidade

Na manhã do dia seguinte à operação, os moradores da Penha protestaram levando corpos para a Praça São Lucas, na Serra da Misericórdia, em um ato de indignação contra a violência. A Polícia Militar afirmou que realizará perícia para verificar se as mortes estão relacionadas diretamente com a operação. Até o momento, o governo do Rio ainda não divulgou o número final de vítimas dessa ação, denominada “Operação Contenção”, que envolveu 2,5 mil agentes.

As vozes levantadas por artistas e cidadãos refletem a necessidade urgente de um diálogo sobre a segurança pública e as políticas de segurança no Brasil, ressaltando o desejo por mudanças que priorizem a vida e a dignidade das populações mais vulneráveis.

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