O encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, propôs ao Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) a criação de um grupo de trabalho bilateral para discutir investimentos americanos em projetos de produção de minerais críticos e estratégicos no Brasil. A iniciativa visa fortalecer a parceria entre os dois países na área de recursos minerais essenciais para a transição energética.
Reunião em Salvador e próximos passos
Escobar, que representa a diplomacia americana no Brasil, se encontrou nesta terça-feira com Raul Jungmann, presidente do Ibram e ex-ministro da Defesa, durante evento do instituto em Salvador. A participação do governo brasileiro na proposta ainda depende de conversas entre a embaixada e autoridades locais, com uma reunião do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, agendada para esta quarta-feira na mesma cidade.
Investimentos em minerais estratégicos e a disputa global
Segundo informações, a proposta é de que o grupo de trabalho possa facilitar investimentos de capital dos EUA na produção mineral, especialmente em minerais considerados críticos, como lítio, nióbio e terras raras. Estes materiais são essenciais para tecnologias de energia renovável, como baterias, turbinas eólicas e painéis de LED, e representam um ponto central na disputa geopolítica entre Estados Unidos e China.
Contexto geopolítico e potencial brasileiro
Atualmente, a China possui a maior reserva mundial de terras raras e domina a tecnologia de processamento do material, enquanto o Brasil detém a segunda ou terceira maior reserva, dependendo das estimativas. Os EUA vêm buscando garantir o fornecimento de minerais estratégicos a longo prazo, como forma de competir com a China na corrida por tecnologias da transição energética.
Perspectivas de investimentos e cooperação
O Ibram afirmou que irá prospectar oportunidades de investimento junto às mineradoras brasileiras, com potencial de aporte de capital por parte de instituições de fomento norte-americanas. O ex-ministro Jungmann declarou estar otimista com a iniciativa, que pode atrair investimentos vultosos ao Brasil, gerar empregos e impulsionar setores relacionados à mineração nacional.
Próximos encontros e expectativa de acordos
Um novo encontro entre representantes do governo americano, empresários e o Ibram está previsto para dezembro nos Estados Unidos, organizado pela Embaixada. Escobar reforçou o interesse de seu país em parceria com o Brasil para projetos envolvendo minerais críticos, incluindo terras raras, para infraestrutura, energia e defesa.
Escobar também comentou que os encontros recentes entre os presidentes Lula e Trump, além de outras autoridades, abriram caminho para a concretização destas articulações. As negociações podem gerar acordos similares aos já firmados entre EUA e Austrália, onde há colaboração na cadeia de fornecimento de minerais críticos, como o gálio, para reduzir a dependência da China.
Participaram da reunião em Salvador o vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo, ex-ministro da Defesa, e o diretor de Sustentabilidade, Rinaldo Mancin.
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