Brasil, 29 de outubro de 2025
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Esquerda critica letalidade de operação no Rio após corpos expostos

Políticos de esquerda reagem a operação das polícias no Rio que resultou em 123 mortos e expõe corpos em praça, provocando protestos.

A recente megaoperação das polícias Civil e Militar no Rio de Janeiro gerou reações contundentes entre políticos de esquerda, após a revelação de que ao menos 123 pessoas morreram nos complexos da Penha e Alemão. O ato, que se tornou alvo de críticas intensas, culminou em um episódio chocante onde moradores transportaram os corpos de vítimas até uma praça, gerando uma onda de indignação e protestos nas redes sociais.

Contexto da operação e suas consequências

Na madrugada desta quarta-feira, as forças de segurança do estado realizaram uma operação de grande escala em áreas conhecidas pela violência do tráfico de drogas. No entanto, a letalidade da ação chamou a atenção, pois o número de mortos foi 700% superior à média diária de letalidade policial no Brasil. Os confrontos, que ocorreram principalmente na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, foram descritos como os mais violentos da história recente do Rio.

As críticas se intensificaram com as imagens que circularam nas redes, onde corpos cobertos eram exibidos na Praça São Lucas. Para a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), a exposição das vítimas em praça pública é um sinal do quanto a sociedade está doente: “Só uma sociedade muito doente pode considerar essa imagem uma vitória”, afirmou no Twitter.

A resposta política e o clamor popular

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) foi uma das vozes mais críticas, atacando diretamente o governador Cláudio Castro. Em suas postagens nas redes sociais, ela o chamou de “assassino” e destacou que a operação não representa segurança pública, mas sim um “estado de exceção”. Ela enfatizou que a violência não trará a paz desejada e destacou o número alarmante de mortos em consequência da ação.

Talíria também reforçou a necessidade de mudar a abordagem em relação às favelas, afirmando que estas “não são territórios inimigos”. Para ela, o combate ao tráfico de drogas e armas deve se concentrar em indivíduos muito mais poderosos, que não estão diretamente envolvidos nas comunidades que foram alvo da operação.

Jandira Feghali (PCdoB/RJ) também se uniu ao coro de críticas, definindo a situação como um “massacre” e classificando o evento como a maior chacina da história do Rio de Janeiro. Sua mensagem é clara: “O governador Cláudio Castro precisa se explicar e os órgãos públicos devem agir imediatamente para investigar as razões deste massacre”.

Repercussões sociais e a percepção da população

Além das reações dos políticos, a operação foi um golpe duro na percepção popular sobre a segurança no Rio. Segundo pesquisas, três em cada quatro eleitoras consideram a violência o principal problema do país. Isso indica uma crescente insatisfação com as políticas de segurança pública e um clamor por alternativas que não envolvam a letalidade.

Histórias como a de Samuel, um morador da Penha, refletem a angústia da comunidade: “Estamos sempre no meio do fogo cruzado. Não podemos viver com medo”. Tal situação lança luz sobre a precariedade da segurança nas favelas e o sentimento de desamparo diante de operações que, em vez de proteger, parecem aprofundar o ciclo de violência.

A busca por mudanças

Este trágico episódio trouxe à tona a necessidade urgente de reformulação nas políticas de segurança pública. Líderes comunitários e políticos buscam uma alternativa que promova não apenas a segurança, mas também o respeito à vida humana e à dignidade dos cidadãos. “As pessoas não querem mais ver seus familiares mortos nas ruas como se fossem lixo. É hora de repensar a segurança”, concluiu Jandira Feghali.

É evidente que os recentes eventos exigem uma discussão profunda sobre a forma como a segurança é abordada no Brasil, especialmente em áreas densamente povoadas e afetadas pela violência. O episódio transcende as fronteiras do Rio de Janeiro e se torna um alerta nacional sobre as diretrizes que devem ser adotadas para que um ciclo de violência, que afeta a sociedade como um todo, finalmente chegue ao fim.

A situação em curso não é apenas uma questão política; é uma chamada à ação para todos os segmentos da sociedade que anseiam por um futuro onde a vida humana é priorizada acima de tudo.

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