A dívida pública federal (DPF) registrou uma redução de 0,28% em setembro, totalizando R$ 8,12 trilhões, conforme divulgado neste quarta-feira (30/10) pelo Tesouro Nacional. A redução se deveu à emissão líquida de R$ 174,95 bilhões e aos resgates líquidos que totalizaram R$ 268,08 bilhões.
Movimentação da dívida pública e limites do PAF 2025
Mesmo com a queda em setembro, o estoque da dívida saiu do limite previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025, que estipula uma variação entre R$ 8,5 trilhões e R$ 8,8 trilhões para o ano. O prazo médio para refinanciamento da dívida aumentou de 4,09 anos em agosto para 4,16 anos em setembro, permanecendo dentro do intervalo estabelecido pelo documento—the entre 3,8 anos e 4,2 anos.
Entenda a dívida pública federal
- A dívida pública é contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit do governo, quando as despesas superam as receitas.
- Ela pode ser classificada quanto à forma de endividamento e à moeda na qual ocorre o fluxo de pagamento.
- A emissão líquida representa a diferença entre os títulos emitidos e os resgatados pelo governo federal.
- Quando há apropriação positiva de juros, o governo obtém retorno maior dos investimentos em títulos do que paga de juros.
- Em 2024, o estoque da dívida totalizou R$ 7,3 trilhões, dentro do limite previsto no PAF daquele ano.
Composição do estoque da dívida em setembro
Quase metade da dívida está atrelada à taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano. A distribuição da dívida em setembro ficou assim:
- Taxa Flutuante (Selic): 47,47%;
- Índices de Preços (IPCA): 26,81%;
- Prefixados: 22,01%;
- Câmbio: 3,70%.
Quem são os principais detentores da dívida?
O maior grupo é o de instituições financeiras, que aumentou de R$ 2,4 trilhões para R$ 2,5 trilhões em setembro, representando 32,53% da dívida. A participação da Previdência Social caiu de 23,94% para 23,07%, mantendo um estoque de R$ 1,8 trilhão.
Outros detentores incluem fundos de investimento (20,87%), não-residentes (10,19%), seguradoras (3,76%), o próprio governo (2,93%) e outros agentes, com participação de 6,65%.
Reserva de liquidez e o colchão da dívida
A reserva de liquidez — conhecida como “colchão” da dívida — caiu 9,02% em setembro, passando de R$ 1,13 trilhão para R$ 1 trilhão. Esse valor, que fica na Conta Única do Tesouro e no Banco Central, é suficiente para quitar cerca de 9,33 meses de vencimentos dos títulos.
Segundo o relatório do Tesouro Nacional, o desempenho da dívida em setembro reflete uma gestão cuidadosa diante do cenário econômico, mesmo com os desafios de refinanciamento.


