Brasil, 29 de outubro de 2025
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Conflito em Gaza: 104 mortos em ataques israelenses e clamor por paz

Israel reafirma cessar-fogo após ataques em Gaza, mas impasses complicam a paz; padre clama por um milagre.

Na terça-feira (28/10), a escalada do conflito em Gaza culminou em ataques aéreos que resultaram na morte de 104 palestinos, incluindo 46 crianças. Em meio à tensão, as forças armadas israelenses (IDF) declararam que o cessar-fogo, assinado no dia 10 de outubro, foi restabelecido. Contudo, o retorno dos corpos de ex-reféns israelenses complicou cada vez mais os esforços para a paz, enquanto o padre Gabriel Romanelli clama por um “milagre de paz”.

Cessar-fogo sem garantia de paz duradoura

Os ataques desta terça-feira foram, segundo Israel, uma resposta ao Hamas pela morte de um soldado israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O Hamas, por outro lado, negou qualquer envolvimento no incidente e destacou que estava cumprindo o acordo de trégua, acusando Israel de violá-lo repetidamente.

A devolução dos corpos de 13 reféns israelenses capturados pelo Hamas em outubro de 2023 é uma das questões que ameaça o cessar-fogo. O movimento palestino argumenta que objetos entre os escombros dificultam o processo de localização dos corpos, enquanto Israel acusa o Hamas de criar obstáculos deliberados para ganhar tempo. Esse impasse mostra as difíceis negociações que ainda precisam ser feitas para solidificar uma paz verdadeira, incluindo a discussão sobre o desarmamento do Hamas e a possível criação de uma força de segurança internacional para Gaza.

A vida sob bombardeios: a dor da população civil

Enquanto se desenrolam as complicadas negociações e as ameaças de recomeço de uma guerra total, as consequências imediatas são devastadoras para a população civil em Gaza. Dos 104 mortos nos bombardeios, um número alarmante de 46 eram crianças, conforme declarado por autoridades médicas locais. Ismail Zayda, pai de três filhos e residente da Cidade de Gaza, expressou a apreensão que permeia a comunidade: “Foi uma das piores noites desde que o cessar-fogo foi assinado. Os sons das explosões e dos aviões nos fizeram sentir como se a guerra tivesse começado novamente”, disse em uma entrevista à Reuters.

Início do funeral de membros da família Abu Dalal, mortos nos últimos ataques israelenses.

Início do funeral de membros da família Abu Dalal, mortos nos últimos ataques israelenses.

A busca por esperança: o clamor do padre Romanelli

O padre Gabriel Romanelli, líder da Igreja Sagrada Família em Gaza, tem sido uma voz constante de esperança nesse cenário sombrio. Durante sua participação em uma “Maratona pela Paz”, transmitida de uma universidade italiana, ele compartilhou os desafios enfrentados pelas famílias que assiste. “É surreal. A ajuda humanitária entra em gotas, apenas no sul, e quase nada no norte”, afirmou, destacando a grave situação em que as pessoas se encontram.

O padre explicou que a infraestrutura crítica, como o sistema elétrico, não está funcionando há mais de dois anos, levando os moradores a improvisar com qualquer material disponível. “Agora, finalmente, deixaram entrar um pouco de gás, após dois anos queimando de tudo para nos aquecer — madeira, tábuas e plástico”, completou Barbato.

Ele enfatizou que áreas significativas da Cidade de Gaza e cidades como Khan Younis e Rafah quase não existem mais. Além disso, criticou a lentidão por parte de Israel em permitir a reconstrução da região. “Aqui precisamos de um milagre de paz”, desabafa o padre, refletindo o desejo de centenas que buscam uma solução pacífica e duradoura para o conflito.

O padre Gabriel Romanelli, após ataque israelense que atingiu a Igreja Sagrada Família de Gaza, em julho deste ano.

O padre Gabriel Romanelli, após ataque israelense que atingiu a Igreja Sagrada Família de Gaza, em julho deste ano.

*Com informações de agências.

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