Brasil, 29 de outubro de 2025
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Atleta denuncia caso de transfobia durante jogo de vôlei em Tocantins

A atleta Heitora Beatriz Freire Santos denunciou transfobia durante uma partida de vôlei no Tocantins, impactando a equipe feminina.

A atleta Heitora Beatriz Freire Santos, natural de Minas Gerais, viveu uma experiência angustiante durante uma partida de vôlei em Gurupi, Tocantins, onde representava a equipe do Alta do Formoso. Em um momento que deveria ser de celebração esportiva, Heitora enfrentou ofensas transfóbicas proferidas por um torcedor, evidenciando os desafios e preconceitos enfrentados por atletas trans no Brasil.

O incidente e seus desdobramentos

O incidente ocorreu no último sábado (25) na Escola Municipal Luiza Borges, onde Heitora e sua equipe jogavam contra a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Palmas. Durante a partida, o advogado Giovani Fonseca de Miranda, de 65 anos, foi flagrado fazendo comentários ofensivos e transfóbicos, levando à sua prisão imediata. No entanto, ele foi liberado pela Justiça sob medidas cautelares, o que gerou bastante repercussão.

Em entrevista ao g1, Heitora expressou sua tristeza não apenas por ter sido alvo das ofensas, mas também pelo impacto que isso teve nas jovens atletas que jogavam com ela. “Eu estava mais triste de ver que o time todo estava abalado por uma coisa que estava sendo direcionada a mim”, afirmou.

A situação chamou a atenção devido ao fato de Heitora ser um exemplo de perseverança, jogando vôlei desde os 12 anos e utilizando o esporte como uma fonte adicional de renda, enquanto trabalha como motorista de aplicativo. Sua coragem em denunciar a transfobia visa não apenas a sua própria recuperação, mas também a de outros que enfrentam situações semelhantes.

A resposta institucional e o apoio à atleta

A AABB Palmas se manifestou através de uma nota, afirmando que não compactua com qualquer forma de discriminação e reforçando seu compromisso com a dignidade humana. Além disso, a organização Copa Matrix 2025 também se posicionou em apoio a Heitora, enfatizando a necessidade de não tolerar situações de transfobia no esporte.

A organização da Copa Matrix informou que tomou medidas imediatas ao saber do incidente, garantindo que o torcedor não pudesse mais frequentar eventos esportivos e acompanhando Heitora na delegacia ao registrar o boletim de ocorrência. A solidariedade demonstrada pela organização e pela equipe adversária, que também tinha uma atleta trans, foi um ponto de destaque, mostrando que a luta contra a transfobia não pode ser feita sozinha.

Uma luta contínua contra a transfobia no esporte

Heitora destacou que, apesar da dor que essa experiência trouxe, sua intenção em fazer a denúncia é de encorajar outras vítimas de discriminação. “Se nós tivermos coragem de lutar e buscar nossos direitos, isso vai diminuir com o tempo”, afirmou. Ela também explicou os critérios rigorosos que deve cumprir para poder jogar em times femininos, reforçando sua determinação e compromisso com o esporte.

O episódio em Gurupi retrata um cenário preocupante, mas ao mesmo tempo a mobilização e o apoio de instituições e colegas de equipe mostram que a resistência e a luta por um ambiente esportivo mais inclusivo são possíveis. Com isso, espera-se que a conscientização sobre a transfobia e outras formas de discriminação no esporte ganhe força, promovendo um espaço onde todos possam competir com dignidade.

Considerações finais

Os desafios enfrentados por Heitora Beatriz Freire Santos nos lembram que a luta contra transfobia e preconceito ainda é uma realidade no cotidiano de muitos atletas. A denunciada ofensa não é um caso isolado, mas um indicativo da necessidade de maior políticas de inclusão e respeito, tanto nas quadras de esporte quanto na sociedade. O apoio que Heitora recebeu após o incidente é uma esperança de que, aos poucos, mudanças significativas estão por vir e que o esporte pode ser, de fato, um espaço de acolhimento e igualdade.

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