Na sua última entrevista antes de deixar o cargo, o prefeito de Nova York, Eric Adams, refletiu sobre sua trajetória, os obstáculos enfrentados e a crise que marcou sua administração. Em uma manhã no Palácio de Gracie, Adams, que anunciou que não buscará reeleição, compartilhou pensamentos sobre seus erros, conquistas e os fatores que contribuíram para sua queda.
A ascensão e o prometido futuro
Eleito há quatro anos, Adams era visto como uma figura capaz de transformar a cidade, prometendo equilibrar segurança pública e justiça social. Comparado a Joe Biden na política local, sua vitória representava o avanço de uma base democrática moderada. Sua promessa era de renovação, com funcionários dedicados e um projeto de revitalização urbana.
Declínio e escândalos colocam fim à esperança
Porém, sua imagem começou a desmoronar após ser alvo de acusações de corrupção e suborno, que, apesar de posteriormente serem descartadas pelo Departamento de Justiça, prejudicaram sua confiança pública. Sua popularidade caiu para níveis críticos, chegando a 20%. Na corrida eleitoral que se seguiu, Adams foi retratado como um personagem secundário, marcado pelos escândalos.
Reflexões e críticas
Adams admitiu que poderia ter feito escolhas diferentes, lamentando a equipe que montou e os erros cometidos. Contudo, afirmou que sua administração avançou em vários aspectos, destacando melhorias na segurança, na redução da criminalidade e na recuperação econômica.
O impacto pessoal e a história de resistência
Falando sobre sua mãe, que abandonou a escola na terceira série e trabalhou em três empregos, Adams destacou o valor da perseverança. “Pensar nela foi o que me manteve de pé nos momentos mais difíceis”, revelou. Sua trajetória, de policial a prefeito de Nova York, foi marcada por uma busca constante por reconhecimento e mudanças estruturais.
O legado e o que vem a seguir
Embora se sinta vítima de um sistema injusto e da imprensa parcial, Adams reconhece que sua administração apresenta aspectos positivos para a cidade. Seus esforços para diminuir a criminalidade e estimular a economia serão lembrados, embora a crise política tenha consumido grande parte de seus esforços finais.
Com a saída de Adams, a política nova-iorquina enfrenta um momento de incerteza, enquanto seus adversários e aliados refletem sobre os aprendizados e os desafios de uma gestão marcada por esperança, erros e perdas.


