Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Argentina usa stablecoins para proteger patrimônios em meio à crise do peso

Com controles cambiais e instabilidade, argentinos recorrem às stablecoins para preservar seus ativos e lucrar com arbitragem cambial

Em meio às restrições cambiais e à desvalorização do peso argentino, cidadãos como Rubén López têm adotado as stablecoins, tokens digitais atrelados ao dólar, como estratégia de proteção financeira e busca por lucros rápidos.

Crise econômica e o uso de stablecoins na Argentina

A deterioração da economia argentina, marcada por uma inflação que atingiu cerca de 300% ao ano até recentemente, impulsionou a adoção de criptomoedas como alternativa às moedas tradicionais. Segundo corretores locais, operações de arbitragem envolvendo stablecoins podem gerar ganhos de até 4% por transação, devido às diferenças entre o câmbio oficial e o paralelo.

Como funciona o “rulo” de arbitragem com stablecoins

O método consiste na compra de dólares, que são imediatamente convertidos em stablecoins, e depois revendidos por pesos ao câmbio oficial, atualmente cerca de 7% superior ao mercado paralelo. Essa prática, conhecida como “rulo”, tem se tornado frequente, sobretudo após o banco central restringir a venda de dólares por 90 dias, o que acentuou a demanda por operações de arbitragem.

Impactos políticos e econômicos na adoção de criptomoedas

A estratégia reflete o esforço dos argentinos para contornar a crise financeira, que inclui o uso intensificado de dólares digitais como forma de proteger as poupanças. O governo de Javier Milei, eleito com promessas de consertar a economia, tenta equilibrar o controle cambial, enquanto o país tem drenado reservas em dólares para evitar uma maior desvalorização e manter a estabilidade do peso até as eleições legislativas do próximo domingo.

Desafios e riscos das operações com criptomoedas

Embora a vantagem cambial seja evidente, o uso de stablecoins e outras criptomoedas ainda apresenta riscos. As operações lucrativas estão sujeitas a impostos de até 15%, além de restrições bancárias que dificultam transferências grandes. Especialistas alertam que, apesar do crescimento, o mercado de cripto na Argentina ainda está em fase de regulamentação, o que pode gerar incertezas futuras.

Perspectivas e a visão dos especialistas

Analistas acreditam que a dependência das stablecoins deve se aprofundar à medida que a crise se mantém. “As stablecoins vieram para ficar na Argentina”, afirma López, ressaltando que o dólar mantém forte influência na vida cotidiana e oferece refúgio diante da moeda local instável. Por outro lado, a volatilidade global do mercado de criptomoedas, que perdeu US$ 600 bilhões em uma semana, ressalta os riscos dessa estratégia.

Na opinião de Manuel Beaudroit, diretor da corretora Belo, as operações de arbitragem têm representado uma oportunidade de lucros em torno de 3% a 4% por transação, embora sejam consideradas incomuns atualmente. “Mais que uma especulação, é uma proteção diante da crise”, explica.

Segundo o levantamento mais recente, a economia argentina teve um crescimento de 0,3% em agosto, após três meses de queda, mas as incertezas eleitorais continuam alimentando a busca por ativos digitais seguros.

Para os moradores, as criptomoedas transformaram-se em uma ferramenta indispensável nesta crise prolongada, enquanto o governo tenta equilibrar restrições e medidas econômicas emergenciais. Ainda assim, especialistas alertam que esse cenário de crescimento das stablecoins não está isento de desafios e fronteiras regulatórias, que podem mudar o panorama do mercado cripto no país.

Para ler mais sobre a crise do peso argentino e o papel das criptomoedas, acesse este link.

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