Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Inflação ainda preocupa o Banco Central, mas sinaliza desaceleração gradual

Gabriel Galípolo aponta movimento de desinflação, mas BC deve manter juros em 15% por mais tempo para evitar descontrole

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (24) que, apesar da inflação ainda estar acima da meta, já é possível perceber uma tendência de desaceleração no Brasil. A declaração foi feita durante o Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta, reforçando a cautela da autoridade monetária em relação ao cenário econômico.

Movimento de desinflação e política de juros

Galípolo comentou que, de forma gradual, o Brasil vem observando sinais de redução na inflação, além de indicar que o BC deve manter a taxa de juros em 15% ao ano por um período prolongado. Segundo ele, o objetivo é garantir que a inflação volte ao centro da meta de 3%, com um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, sem prejudicar o crescimento econômico.

Reações do mercado e interpretações

Analistas ouvidos por O Globo interpretam a declaração de Galípolo como um sinal de que o Banco Central já começa a perceber uma trajetória mais favorável para a inflação. Para Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, a fala representa uma tentativa do BC de se comunicar com cautela, indicando que o movimento de arrefecimento da inflação já está sendo observado pelo mercado.

Política monetária e voz do governo

Apesar da sinalização de uma possível mudança de tom, Galípolo mantêm a postura de que o BC deve seguir com a política de juros restritiva por mais tempo. O objetivo é evitar riscos de que a inflação deixe de convergir para a meta, especialmente diante de críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que considera a taxa de juros atual excessivamente alta diante de um cenário de inflação controlada.

O ministro afirmou recentemente que a política monetária brasileira é a mais dura do mundo, e voltou a reforçar a necessidade de uma política fiscal mais responsável para evitar um ciclo vicioso de alta de juros e restrição econômica.

Situação fiscal e perspectivas para 2026

Analistas destacam que, embora a afirmação de Galípolo indique uma possível mudança no discurso, o ciclo de redução de juros só deve iniciar, na prática, em fevereiro de 2026. Além disso, há preocupações com o cenário para o próximo ano eleitoral, com expectativa de aumento de gastos públicos e maior pressão inflacionária.

Contexto internacional e desafios internos

Segundo Galípolo, que participou do evento na Indonésia, a política monetária brasileira ainda está distante da meta, mas já apresenta sinais de melhora. Em um ambiente global de incerteza, o Banco Central mantém a postura de vigilância, buscando equilibrar o combate à inflação com o estímulo ao crescimento econômico.

Mais informações sobre a estratégia do governo e o cenário fiscal podem ser acompanhadas na reportagem do Globo.

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